Em Assembleia na Câmara, servidores públicos votam por paralisação em Itapecerica
Após assembleia organizada pelo Sindicato dos funcionários públicos de Itapecerica da Serra, nesta quarta-feira, 04, os servidores públicos votaram pelo direito de greve. Cerca de 200 pessoas lotaram a Câmara e outras se reuniram do lado de fora da Casa, com faixas e carro de som para pedir 5,8% de reajuste salarial e 33% de alimentação. Após votação e decisão da paralisação, a SFPMIS marcou uma nova Assembleia para a próxima segunda-feira, 09, para promulgar a greve dos servidores públicos.
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A reivindicação do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Itapecerica da Serra é pelo cumprimento do acordo coletivo realizado com a gestão do prefeito Chuvisco de 5,8%. De acordo com o SFPMIS, o prefeito Erlon prorrogou o reajuste imediato, pedindo 90 dias para analisar o caso.
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Em entrevista concedida ao Jornal na Net, o prefeito Erlon Chaves afirmou que está estudando o caso e as folhas de pagamento dos três primeiros meses do seu governo, para verificar a possibilidade do aumento. “Uma coisa é prometer 5,8% e outra coisa é ter recurso suficiente para manter. O que nós pedimos para o sindicato foram 90 dias para analisar, já se passaram 30 dias, então faltam 60 dias”, explicou na ocasião, que reforçou a intenção de dar o reajuste. Relembre.
O sindicato citou na Assembleia que não houve acordo com o governo e que o aumento previsto foi cancelado. Os advogados SFPMIS, afirmaram que o valor de 5,8%, refere-se ao índice de INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e que já estava previsto para 2014 e após recusa da prefeitura não houve nenhuma contraproposta por parte do executivo.
“A resposta conquistada pela gestão anterior foi de aumento de 5,8% e o valor de vale alimentação de R$ 120, 00. Como tinha sido aprovado teria que ser encaminhado para câmara, mas veio a atual administração e revogou”, disse a advogada Carla Mazzeo do sindicato explicando após isso a suspensão do acordo por 90 dias.
Na assembleia foram tratados assuntos referentes a assédio moral, atraso de salário, adicional noturno, vale alimentação e transporte, horas extras, vale cultura, férias, condições básicas de trabalho como água tratada, plano de carreira para a enfermagem, entre outros itens da pauta.
Autoridades de Itapecerica e representantes de órgãos sindicais se engajaram na causa dos servidores. O Sindicato dos Químicos de Itapecerica e região, falou sobre a importância da greve e dos funcionários buscarem seus direitos.
“Eu acho que esse município vive um momento político meio desgastante e nesse momento nós fizemos a data base de vocês e acho que eles mexeram com uma coisa muito importante que é o salário e a alimentação”, disse o diretor do Sindicato de Indústrias Químicas José Carlos, que reforçou a solidariedade pela causa.
“A decisão da greve não fica com o sindicato ou com o patrão é vocês que decidem. A gente sabe que a prefeitura tem bem mais funcionários do os presentes hoje, mas parece que eles estão satisfeitos com o salário que tem”, destacou.
O presidente da Câmara Cicero Costa e o Vice-Prefeito Nakano foram convidados a falar na tributa. Passando por divergências políticas com o atual prefeito Erlon Chaves, as autoridades pediram o reajuste para os servidores e criticaram o governo.
“Aqui hoje nasce uma força grande de vocês, junto com o sindicato e o administrativo. Quero dizer que estamos juntos e enfileirados e vamos para as ruas lutar com vocês”, afirmou Cicero Costa, que compareceu a Assembleia junto aos vereadores da Câmara.
Francisco Nakano lamentou a suspensão do aumento e disse que se o governo anterior liberou é porque tinha dinheiro. “Eu tenho três motivos para apoiar o movimento: primeiro eu sou funcionário público, segundo eu sou do sindicato e terceiro eu sou contra o novo prefeito”, disse o vice-prefeito.
A assembleia foi aberta para uso da tribuna livre, para que os servidores presentes pudessem opinar. O presidente do sindicato pediu que um funcionário de cada setor da prefeitura falassem sobre os problemas enfrentados.
O pedido de aumento e melhorias de trabalho foi unanime entre servidores da saúde, almoxarifado, guarda municipal, cemitério e professores. O professor Márcio, destacou a necessidade de respeito com os funcionários e a coragem de protestar.
“Eu acho que principalmente o setor de educação tem que falar mesmo, porque nenhuma gestão até agora abriu os olhos. Tenho que reclamar de servidores de Itapecerica que não abrem a boca para nada”, disse.
O professor da rede municipal reforçou a importância de cobrar mudanças. “Os pais cobram de nós, dizendo que eu não damos conta do serviço. Será que eu que não dou conta do serviço ou não me dão condições de trabalho”, finalizou Cláudio pedindo protestos dos servidores.
O presidente do Sindicato finalizou a Assembleia perguntando quais dos funcionários presentes eram a favor de aguardar o pedido do prefeito por 60 dias e quem era a favor da paralisação do servidor público.
Todos os presentes na Câmara votaram pela greve, sendo aprovada a paralisação na cidade. “Unanimemente todos aprovaram a paralisação do servidor público. Ficam todos convidados a participarem na segunda-feira (09), no mesmo horário para deflagrar a greve e se tudo der certo até o dia 10 estaremos em greve, respeitando as 72 horas”, disse o presidente do Sindicato.
A Advogada Drª Carla Mazzeo reforçou que foi aprovada a paralisação, mas que a greve só será deflagrada na próxima segunda-feira, 09. Com isso foram formadas comissões de greve com pessoas de todas as secretárias que representarão o movimento.
“Essa paralisação não impede que a administração mande uma proposta. Se for enviada nós comunicaremos na próxima assembleia”, disse.
O presidente do sindicato Adalberto Félix Rocha falou sobre os procedimentos a partir da aprovação da paralisação.
”Hoje foi decretado o direito de greve e agora nós temos 72 horas para deflagrar a greve. A partir de terça-feira, 10, nós vamos parar as repartições públicas ir para frente da prefeitura e mostrar para a população quanto o servidor é mal remunerado”, finalizou.