Principal sistema de abastecimento da Grande SP registra o menor nível em 10 anos

Por Assessoria de Imprensa | 28/01/2014

Uma série de fatores climáticos fez com que o principal sistema de abastecimento da Grande São Paulo registrasse o menor nível dos últimos dez anos. Nesta terça-feira, 28 de janeiro, o Sistema Cantareira está com 22,9% de sua capacidade. Na mesma data de 2011, o nível era de 94,3%; em 2012 era de 74,8% e em 2013, 52,3%. A falta de chuvas afeta principalmente o Cantareira, mas ocorre também nos outros sistemas que estocam água para a Grande São Paulo.

As causas para essa situação preocupante são as seguintes:

- o ano de 2013 registrou apenas 1.090 milímetros de chuva nas quatro represas que formam o Sistema Cantareira. A média histórica anual é de 1.566 milímetros. Ou seja, não choveu nem 70% do esperado. Em 9 dos 12 meses a precipitação foi inferior ao que deveria;

- o mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros. Foi o pior mês de dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos;

- janeiro de 2014 segue o mesmo caminho; normalmente as chuvas chegam a 300 milímetros, mas o índice estava em 81 milímetros no dia 22;

- o período chuvoso, que enche as represas, vai de outubro a março; mas de outubro de 2013 para cá, a chuva tem ficado 50% abaixo do esperado, e as previsões de que os temporais chegariam não têm se confirmado;

- as temperaturas estão 5% acima da média histórica em janeiro, e como não chove (o que ajudaria a baixar a temperatura), o consumo de água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo.

É o terceiro verão consecutivo com chuvas menores do que o esperado. O período chuvoso, que vai de outubro a março, serve para alimentar as represas. Durante a estiagem (de abril a setembro), a água estocada no verão é utilizada para abastecer a população. É como se fosse uma caixa-d’água residencial, só que em proporções enormes: as quatro represas do Sistema Cantareira podem armazenar quase 1 trilhão de litros de água.

Outro fator importante é que não adianta chover forte na cidade de São Paulo, pois não há como represar essa água para aproveitá-la depois para abastecimento. É como deixar a torneira aberta sem uma vasilha embaixo: a água vai embora pelo ralo e não pode ser aproveitada. E não existe mais possibilidade de criar uma represa na capital, pois o espaço necessário é imenso. Seria como construir uma nova Guarapiranga em São Paulo.

Diante desse cenário crítico, é essencial que cada morador colabore. A Sabesp pede que a população evite o desperdício. Confira algumas dicas:

- tome banhos mais curtos e feche o registro enquanto passa o sabonete e o xampu;

- não lave a calçada com mangueira. Use a vassoura para limpar o local;

- não lave o carro com a mangueira; use um balde;

- antes de lavar a louça, retire e excesso de comida com a esponja, sem usar água; deixe a torneira fechada ao ensaboar;

- acumule as roupas para utilizar a máquina de lavar na capacidade máxima. Faça o mesmo com a louça;

- deixe a torneira fechada enquanto escova os dentes ou faz a barba.

Resultados das dicas de economia

Dicas de uso racional da água geram ótimos resultados. Banhos com aquecedor por 15 minutos, por exemplo, consomem 135 litros de água em uma casa. Se fecharmos o registro durante o ensaboamento e reduzirmos o tempo para 5 minutos, o consumo cai para 45 litros.

Outra dica importante é na hora de lavar o carro. Prefira usar um balde e um pano em vez da mangueira. Se a lavagem dura 30 minutos e a mangueira fica aberta, o gasto pode chegar a 560 litros. Com o balde, cai para 40 litros.

Antes de lavar a louça, limpe os restos de comida e feche a torneira: o consumo pode cair de 240 litros para 20 litros. Molhe as plantas à noite e prefira um regador à mangueira, que pode gastar até 190 litros em 10 minutos. A água das piscinas montadas para as crianças também pode ser mais bem aproveitada: depois do mergulho, use a água para lavar o quintal, por exemplo.

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