Imprensa Regional realiza 1º Simpósio com amplo debate em Embu das Artes

A imprensa regional realizou durante toda a manhã da última segunda-feira, dia 9 de setembro, o seu 1º Simpósio na sede da ACISE, Associação Comercial, Industrial e Serviços de Embu das Artes. O encontro foi marcado por um amplo debate sobre o tema “Perspectiva e Desafios da Imprensa” e trouxe à tona a informação que o Brasil é o 4º país mais violento contra os jornalistas, perde para a Síria e está à frente do Afeganistão e Iraque. Além disso, a falta de legislação específica para a área e a constatação que 90% dos crimes contra o jornalista é de honra. A mediadora da mesa de convidados foi a jornalista do portal Jornal na Net, Sandra Pereira. Veja álbum completo aqui.

O professor da Faculdade Anhanguera, Sérgio Luiz discorreu sobre as transformações que a área está enfrentando, em especial pela velocidade da notícia quando o assunto é internet e redes sociais. Devido a essa tecnologia, mais ágil da informação, ele chegou a levantar a questão sobre um possível fim dos jornais impressos.

O advogado Alcionei Miranda falou sobre as coberturas das manifestações feitas por jornalistas. Ele lembrou das violências que os profissionais precisaram enfrentar para divulgar as notícias. “Jornalistas ficaram abaixo da tropa de choque tirando fotos e, ainda enfrentar spray de gás de pimenta e balas de efeitos morais”, disse. De acordo com ele, o Brasil é o 4º país mais violento contra os jornalistas, perde para a Síria e está à frente do Afeganistão e Iraque.

Partiu de Alcionei também, falar sobre o artigo 9º do Código de Ética da profissão, entre um dos deveres expresso no artigo está o de divulgar os fatos e resguardar as fontes. “Para que possa cumprir deveres, precisa ter assegurado alguns direitos”, defendeu. O advogado discorreu ainda em relação ao projeto de Lei nº 5592/09 que visa regulamentar a atividade profissional do jornalista.

O delegado Roberto Krasovc ressaltou durante fala a monografia que fez sobre a mídia em seu curso integrado para ter acesso ao último nível da carreira. Ele salientou haver um conflito grande entre a mídia e a polícia em relação à rapidez de se informar, defendendo a prudência e, se posicionando contrário ao sensacionalismo. O delegado argumentou que a polícia é uma das unidades mais transparentes que existem. “Os autos são encaminhados para a justiça e fica aberto 24 horas”, disse.

Ainda, segundo ele o delegado não pode permitir que o clamor público [das ocorrências de grande divulgação] deixe conduzir o resultante dos fatos e frisou que a não divulgação de dados da ocorrência busca preservar a investigação ou resguardar as provas. “Tenho que fazer prova isenta”. Krasovc afirmou não descartar denúncia anônima, disse que todo o trabalho do jornalista é investigativo até para apurar a fonte e defendeu a assessoria de imprensa atendendo de forma única. Ele chegou a afirmar também que o inquérito não tem sigilo e que 90% dos crimes contra o jornalista é de honra.

 Para comandante do policiamento de área 8 (CPA/M8) Cel. PM Dimitrios não existem direitos absolutos, “meu direito se realiza até o momento que não passa a agredir o direito do outro”. Ele defendeu a transparência entre a polícia e a mídia e ainda, a garantia de privacidade, sem contar que para ele falta órgão regulador, uma vez que não existe protocolo que trate de relações entre a polícia e a imprensa.

A jornalista Sandra Pereira do Jornal na Net discordou em relação ao fim do jornal imprenso. Para o jornal impresso passa por reformulações. O vereador Ronaldo Onishi frisou que está havendo migração para a mídia digital. O jornalista, Mário de Souza defendeu que o jornalismo impresso tende a se especializar. Marcelo Valladão, também jornalista, afirmou que a população precisa aprender a construir o país e, ainda defendeu a mudança da educação do Brasil.

No início da tarde, o consultor do Sebrae Sylvio Zanelato, ministrou uma palestra com foco em marketing e vendas direcionados aos jornalistas presentes.

O evento é organizado pelo proprietário do Um Novo Jornal, Manoel Rocha e contou com o patrocínio do escritório de advocacia Miranda e Feliciano, Drogaria Prazeres, Acise, Transartes, Prazeres Popular e o Buffet RCK.



Comentários