Jovem de Taboão da Serra perde tudo com o “Jogo do Tigrinho” e família vende casa para quitar dívidas

Uma jovem de Taboão da Serra viu sua vida virar de cabeça para baixo após se viciar em apostas online conhecidas popularmente como “jogo do tigrinho”. O vício começou de forma discreta, após ela ser impactada por divulgações de influenciadores nas redes sociais, mas acabou resultando em uma dívida tão alta que sua família precisou vender a casa para quitá-la.

A jovem, que preferiu não se identificar, contou que chegou a ganhar R$ 60 mil em prêmios, mas, movida pela esperança de multiplicar o valor e mudar a sua realidade, apostou tudo novamente e perdeu. O ciclo de ganhos e perdas se transformou rapidamente em um vício.

“Eu nunca tinha tido nenhum vício na vida. Eu trabalhava,  fazia minhas coisas no começo, parecia um passatempo. Depois, quando vi, já estava jogando todos os dias, de madrugada. Tentei parar sozinha, mas não consegui”, contou.

Segundo ela, o vício trouxe problemas emocionais sérios, como ansiedade e depressão, e a fez se sentir “perdida”. Na tentativa de recuperar o que havia perdido, fez novas apostas, acumulando dívidas. Quando já não tinha mais nada para apostar, decidiu pedir ajuda à família, que interveio e vendeu o imóvel para cobrir parte dos prejuízos.

Envergonhada, contou que chegou a pensar em tirar a própria vida, e que só não fez isso por causa do apoio da família.

A situação da jovem reflete uma realidade que tem se tornado cada vez mais comum no país. Uma pesquisa realizada pelo Procon-SP com 1.533 pessoas apontou que a maioria dos apostadores tem entre 18 e 44 anos, ganha até dois salários mínimos e já sofreu perdas financeiras. O levantamento também mostra que grande parte dos jogadores começou a apostar após ver publicidades de influenciadores digitais promovendo plataformas de apostas.

Hoje, a jovem tenta reconstruir sua vida e se recuperar emocionalmente do trauma. “Quero recomeçar e ficar bem. Perdi muito mais do que dinheiro”, desabafou.

O caso acende um alerta sobre os riscos das apostas online e reforça a importância de políticas públicas e campanhas de conscientização para proteger os jovens dos perigos do vício em jogos virtuais.

Mariana Félix

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