Hospital Geral do Pirajussara vive crise com denúncias de abandono e até falta de higiene
O Hospital Geral de Pirajussara (HGP), inaugurado em 25 de janeiro de 1999 para suprir a carência de serviços de saúde em Taboão da Serra, Embu das Artes e municípios vizinhos, tornou-se alvo constante de duras críticas da população. Numa reportagem publicada no Jornal na Net na última semana dezenas de comentários dos leitores em redes sociais fazem verdadeiro raios X dos problemas no local.
Pacientes e familiares relatam falta de higiene, estrutura sucateada e superlotação. Os comentários apontam macas enferrujadas, banheiros quebrados, infiltrações, mofo e sujeira constante, além de relatos de pacientes sem banho por dias por falta de profissionais. Há também denúncias de enfermeiros sobrecarregados, chegando a atender até nove pessoas ao mesmo tempo.
Embora administrado pela Sociedade Paulista de Medicina (SPDM), que já recebeu certificações de qualidade em outros hospitais, moradores afirmam que no HGP a realidade é de abandono. Muitos questionam a ausência de fiscalização do governo do Estado e pedem ações urgentes de manutenção, contratação de pessoal e mais transparência nos investimentos.
O hospital, que deveria ser referência para cerca de 500 mil habitantes da região, hoje é descrito pelos usuários como um espaço de descaso e sofrimento.
Contraste entre expectativas e realidade
Embora o HGP tenha sido idealizado para suprir lacunas importantes de saúde na região — especialmente para internações, cirurgias, emergências e UTIs — os relatos modernos destacam um crescente descompasso entre esses objetivos e a realidade vivida pelos usuários.
O que era notícia de progresso no momento da inauguração — uma unidade de saúde com muitas especialidades, moderna para os padrões da época — parece hoje, segundo quem depende dela, sofrer com negligência no dia a dia: manutenção predial, limpeza e disponibilidade de pessoal. Há críticas de que muito do investimento inicial deixou de ser mantido, e de que faltam fiscalização, gestão eficaz e comprometimento visível das autoridades responsáveis.
Somados aos problemas estruturais relatados pelos pacientes, a retirada do atendimento de várias especialidades como oftalmologia, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outras, pioraram o atendimento à população.
Sandra Pereira