Taboão da Serra e Embu das Artes são alvos de ataques a ônibus que preocupam motoristas e passageiros

As cidades de Taboão da Serra e Embu das Artes estão entre os municípios da Grande São Paulo afetados por uma onda de ataques a ônibus que já resultou na depredação de cerca de 400 coletivos em todo o estado desde o dia 12 de junho. A situação tem gerado medo entre trabalhadores do transporte e passageiros, além de prejuízos para as empresas e transtornos para a população que depende do transporte público.

Os ataques, que começaram na capital paulista, se espalharam rapidamente por cidades vizinhas, incluindo Taboão da Serra e Embu das Artes, além de municípios como Osasco, Mauá, Santo André e Cubatão. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver vândalos atirando pedras contra ônibus em movimento, quebrando vidros sem se importar com o horário ou com a presença de passageiros.

A violência tem deixado os trabalhadores inseguros. “A gente se sente constrangido, sem segurança. Quem trabalha no transporte está à mercê”, desabafa Ailton Moura Magalhães, cobrador há 15 anos. O medo é de que, além dos danos materiais, os ataques possam ferir motoristas, cobradores ou passageiros e provocar acidentes mais graves.

De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário, a sequência de ataques levanta suspeitas de que os crimes podem estar sendo coordenados por meio de redes sociais ou até mesmo por grupos organizados. Em alguns casos, os ataques ocorreram com poucos minutos de diferença entre si, reforçando essa hipótese.

“As empresas não têm estoque suficiente para repor os vidros quebrados, então cada ônibus danificado pode ficar até uma semana fora de circulação. Isso afeta diretamente quem precisa do transporte todos os dias”, alerta o diretor do sindicato, Nailton Francisco de Souza.

Os passageiros também cobram mais segurança. “A gente paga caro pelos impostos, anda em ônibus lotado e ainda corre risco com esses ataques. Tem que melhorar a segurança”, diz a doméstica Dalmira dos Anjos.

A Polícia Civil está investigando os casos e monitorando as redes sociais para identificar possíveis motivações e autores dos ataques. O policiamento está sendo reforçado em pontos estratégicos de Taboão da Serra, Embu das Artes e demais cidades afetadas.

A SPTrans, responsável pelo transporte na capital, informou que os ônibus danificados devem ser substituídos por veículos da reserva técnica para garantir o atendimento aos usuários. A Secretaria da Segurança Pública prometeu intensificar as ações para enfrentar o problema e se reuniu com representantes das empresas de transporte para definir novas medidas de segurança.

Nota SSP

A Polícia Militar anunciou nesta quinta-feira (3) uma operação especial para intensificar a segurança em corredores, garagens e terminais de ônibus em todo o estado de São Paulo. As ações estratégicas foram desencadeadas para coibir as ações de vandalismo registradas nos últimos dias contra coletivos de transporte público. 
 
Além do monitoramento, serão empenhados cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas que ficarão em pontos estratégicos. Haverá apoio, também, de militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e outras unidades especializadas da Polícia Militar. A previsão é que as ações se estendam até 31 de julho.
 
“Nós iniciamos a operação através de mapeamento e análise criminal dos locais de maiores incidência, então nós começamos a alocar os ativos operacionais das várias modalidades de policiamento justamente para isso, para fazer a prevenção e também, se for o caso, a repressão imediata”, disse o coronel Carlos Henrique Lucena, coordenador operacional da PM.
 
Paralelamente à operação da PM, A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), segue investigando os casos de depredações registrados nos últimos dias. 
 
A Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber) também está envolvida nos trabalhos para monitorar se há envolvimento de criminosos em plataformas digitais. 
 
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) mantém diálogo com as empresas de transporte coletivo para monitorar e discutir estratégias de enfrentamento às ações de vandalismo.

Sandra Pereira

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