Servidores de Taboão mantêm greve e aguardam votação de projeto sobre salário base
Prefeitura se comprometeu a equiparar vencimentos ao mínimo nacional; demais reivindicações seguem sem previsão de atendimento
Os servidores públicos de Taboão da Serra decidiram manter a greve iniciada nesta quinta-feira (5) até que o projeto de lei sobre a equiparação do salário base ao mínimo nacional seja aprovado pela Câmara Municipal. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais (SINDTABOÃO), Anderson Luis Pereira, após assembleia realizada no fim da tarde.
A greve proposta e realizada levou cerca de 500 servidores às ruas da cidade. Eles partiram da sede do sindicato, no Jardim da Glória, em passeata pela Avenida Aprígio Bezerra da Silva em direção à Prefeitura, onde uma comissão foi recebida pelo prefeito Engenheiro Daniel.
As principais reivindicações da categoria, definidas em assembleia no dia 5 de maio, incluem: Salário base igual ao mínimo nacional (R$ 1.518), reajuste do vale-alimentação para R$ 1.000, concessão de dissídio de 7,5%, pagamento de gratificações, incluindo valores retroativos e abono do dia da paralisação.
Durante reunião com representantes da categoria, o prefeito afirmou que está em andamento, desde fevereiro, um estudo para incorporar o abono ao salário base, garantindo que nenhum servidor receba menos que o salário mínimo nacional. Segundo ele, a proposta já foi encaminhada à TaboãoPrev ( a previdência municipal) e à Câmara dos Vereadores e aguarda parecer técnico para ser votada. A previsão é que, caso aprovada, a medida entre em vigor no mês subsequente, com prazo-limite estimado até agosto.
Engenheiro Daniel destacou que a principal reivindicação do sindicato a equiparação ao mínimo nacional, deverá ser atendida, bem como o abono do dia da greve, que não será descontado. No entanto, afirmou que as demais pautas não poderão ser acolhidas neste momento.
“Nós não conseguimos criar uma nova despesa agora. Esse ano é impossível aplicar qualquer reajuste no vale-alimentação”, afirmou o prefeito durante a coletiva. Ele também destacou que o aumento nos gastos com gratificações e horas extras exige uma gestão mais criteriosa por parte das secretarias para viabilizar futuras melhorias.
A administração informou que trabalha atualmente com uma arrecadação de cerca de R$ 57 milhões mensais, frente a uma despesa fixa de R$ 78 milhões. Diante desse cenário, o prefeito alegou limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede que a folha de pagamento ultrapasse 51,3% da receita líquida do município.
Servidores presentes expressaram insatisfação com a situação salarial, relataram dificuldades para cobrir gastos básicos e questionaram a prioridade orçamentária do município. Também houve críticas à permanência de contratos terceirizados firmados em gestões anteriores e à falta de reconhecimento de profissionais da base.
Apesar das divergências, o prefeito reiterou o compromisso em buscar soluções dentro da realidade financeira do município.
“Estou fazendo o máximo que posso pelo funcionalismo e vou continuar buscando essas melhorias”, declarou.
Para o presidente do SINDTABOÃO, o ato representa um avanço importante.
“O dia de hoje foi histórico para o funcionalismo de Taboão da Serra. O sindicato, com a participação de cada funcionário que se comprometeu a vir, conseguiu conquistar o aumento do salário base, que será o mesmo que o salário mínimo nacional. Agora vamos acompanhar o envio do projeto de lei à Câmara e sua votação. Nossa luta não termina aqui, só está começando.”
A reunião contou com a presença do prefeito Engenheiro Daniel, da vice-prefeita Érica Franquini, de secretários municipais, vereador Enfermeiro Rodney representando a Câmara Municipal, membros do Sindicato dos Servidores (SINDTABOÃO) e profissionais da imprensa.
Camila Joseph