Adolescente é apreendida por envenenar jovem de 17 anos com bolo de pote em Itapecerica da Serra

A Polícia Civil apreendeu nesta terça-feira (3), uma adolescente, de 17 anos, suspeita de ter envenenado Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17, que morreu no último domingo (1º) após consumir um bolo de pote em Itapecerica da Serra. Segundo as autoridades, a jovem confessou o crime e afirmou que agiu por ciúmes. Ela utilizou óxido de arsênio, uma substância altamente tóxica, no preparo do doce.

O bolo foi entregue na casa de Ana Luiza no sábado (31), por um motoboy, como se fosse um presente. A embalagem estava acompanhada de um bilhete com a frase: “um mimo para a garota mais linda que eu já vi”. Menos de uma hora após ingerir o doce, Ana Luiza começou a passar mal e foi levada ao hospital, onde recebeu diagnóstico de intoxicação alimentar e foi liberada. No dia seguinte, teve uma piora repentina e chegou sem vida à unidade de saúde.

Durante as investigações, a polícia descobriu que outra adolescente, amiga de Ana Luiza, também passou mal no dia 15 de maio após comer um bolo de pote recebido da mesma forma. A jovem foi socorrida e sobreviveu.

A partir do cruzamento de imagens de câmeras de segurança, os investigadores localizaram o motoboy responsável pela entrega, que indicou o endereço de onde havia retirado os bolos. No local, encontraram a suspeita, que foi levada à delegacia acompanhada da mãe.

Em depoimento, a adolescente confessou ter cometido os dois envenenamentos. Ela contou que comprou os bolos prontos em uma doceria, preparou um brigadeiro caseiro, adicionou o veneno por cima e escreveu os bilhetes. Também revelou que adquiriu o óxido de arsênio pela internet. Segundo a versão apresentada à polícia, a intenção seria apenas “dar um susto” nas meninas por motivações ligadas ao ciúmes.

Diante da confissão, o delegado responsável pelo caso solicitou a apreensão da menor por ato infracional análogo a homicídio qualificado e tentativa de homicídio. A adolescente será apresentada ainda nesta terça à Vara da Infância e Juventude, que deve decidir sobre as medidas socioeducativas cabíveis.

Em nota divulgada nas redes sociais, a doceira Menina Trufa confirmou ser a fabricante dos bolos consumidos pelas adolescentes, mas negou qualquer envolvimento com a entrega dos produtos. Segundo o comunicado, os doces foram comprados presencialmente por uma pessoa que se passou por cliente comum, e, a partir daí, levados para um local ainda desconhecido.

“A entrega foi realizada de um local desconhecido por um motoboy que não presta serviços à empresa, sem autorização ou vínculo conosco”, diz o texto. A loja informou que suspendeu os atendimentos no dia do comunicado e declarou estar colaborando com as investigações. “Repudiamos qualquer tentativa de associação indevida à nossa marca. Prezamos pela ética, segurança alimentar e transparência em tudo que fazemos”, finaliza a nota.

A Menina Trufa também manifestou pesar pelo ocorrido: “Nossos sentimentos mais sinceros à família e amigos."

Enterro

Ana Luiza de Oliveira Neves foi velada e enterrada no Cemitério Municipal Recanto do Silêncio, no Centro de Itapecerica da Serra, nesta terça-feira (03).

Camila Joseph

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