Aprígio alega ser vítima de armadilha e diz que movimento negro só quer emprego
Aprígio alegou durante entrevista coletiva em uma de suas caminhadas políticas que foi vítima de uma armadilha para ser taxado de racista e que o movimento negro da cidade não quer defender os interesses raciais, mas pedir emprego. A declaração foi dada após o candidato a prefeito de Taboão da Serra se envolver em uma polêmica por se negar a assinar a carta elaborada pelos coletivos que pede o compromisso do próximo prefeito em criar políticas públicas que promovam a igualdade racial.
“É uma armadilha, é uma perseguição ao Aprigio, é querendo falar para as pessoas, pintar que o Aprigio é racista, quando na verdade não é nada disso. O que aconteceu ali foram 10 negros pedindo emprego, não preocupados com os negros de Taboão”, disse. Ele ainda chamou os membros dos coletivos de “vigaristas” e afirmou que eles “não representam mesmo o negro”.
Aprígio confirmou que recebeu uma cópia do documento, mas relatou que o movimento queria que ele fizesse uma carta se responsabilizando por garantir a criação de uma secretaria específica e que “iria gerar nove empregos em cada secretaria para cada um deles que estavam ali”. Apesar de ter incluído na sua fala inicial duas candidatas a vereadora - das quais não cita nomes -, ele voltou atrás e disse que elas “foram para lá enganadas, sem saberem o que ia acontecer”.
“Eu disse ‘vamos estudar, dar um tempo, tem muitas coisas que vocês pedem aqui que já é lei, então vocês vão na Câmara Municipal, falem com vereadores, prevejam para orçamento do ano que vem o recurso e nós vamos ler e ter que cumprir. E sobre a secretaria para ser criada, nós vamos conversar a partir do ano que vem. Vamos levar isso para a Câmara porque os vereadores têm que aprovar. Não dá pra gente agora garantir pra vocês porque dependemos de aprovação deles”, explicou.
Depois de se negar a assinar, Aprígio alega que recebeu ameaças. “Ele falou ‘se não for agora [a assinatura], a gente vai colocar nas redes sociais dizendo que vocês são racistas”, relatou. “Nós tínhamos lá pelo menos 8 vigaristas que querem serviço na prefeitura se a gente ganhar a eleição”, finalizou.
Já Buscarini, seu candidato a vice, disse que a criação de uma nova secretaria específica “já é discriminação”. “A partir do instante em que você cria uma secretaria para determinada raça, tem as outras, já é uma forma de discriminar”, enfatizou.
“Eles querem um cargo de decisão em cada secretaria, querem ter o direito de estar dentro da prefeitura sem fazer concurso público, que será a porta de entrada do nosso governo. Nós termos que dar a confiança para o funcionário, seja ele branco, amarelo, vermelho ou negro”, disse ainda. Para ele, o momento é de redução de secretarias na prefeitura, não de criação, pois “tem secretaria que tem emprego e não tem função”.