Violência contra a mulher e uso de drogas entre jovens são debatidos no Conseg do Pirajuçara

Jovens no mundo das drogas, violência contra a mulher e assaltos foram os temas predominantes durante a reunião do Conselho de Segurança de Taboão da Serra (CONSEG) do Pirajuçara na escola municipal Hugo Arduini, próximo a Praça Luiz Gonzaga, nesta segunda-feira, 27 de setembro.

Moradores, integrantes do projeto Mulheres da Paz e Movimento Paz e Justiça, além do Capitão da PM Jairo da Silva, Delegado Marcelo Santos, Rita Hortência (representando secretário de educação) e a coordenadora dos direitos das mulheres Maria Amélia Alencar participaram da reunião que transcorreu em clima de tranquilidade.

O primeiro tema debatido foi sobre o uso de drogas na escola e nas ruas e também sobre as crianças soltas na rua de madrugada. De acordo com a moradora Clara Conceição, diversos jovens usam tranquilamente drogas em pontos estratégicos próximo ao sítio das madres. “Muitos pais acabam perdendo os seus filhos por causa da droga. Acredito que devemos denunciar para ver se realmente o problema é resolvido”, afirmou.

Para o Capitão da Polícia Militar, Jairo da Silva, a questão da criança é complicada, afinal envolve pais, que muitas vezes permitem que os filhos fiquem nas ruas. “As ocorrências que atendemos são 99% baseadas no telefone 190, às vezes é necessário se identificar devido ao número alto de trotes que recebemos, muitas vezes mandamos a viatura e a ocorrência é de mentira, então perdemos tempo e outra pessoa esteja precisando de verdade”, afirmou.

De acordo com o Capitão, enquanto o telefone 190 continuar recebendo chamadas, não é possível atender o preventivo.

O Delegado de Taboão da Serra, Dr. Marcelo Santos da Silva, reforçou o pedido para que os moradores do município registrem boletins de ocorrências quando forem vítimas de crimes. Ele explicou que “quando as pessoas deixam de fazer o Boletim de Ocorrência, a polícia acha que não está acontecendo nada. Nós só trabalhamos com informações”, explica o delegado.

Segundo o Delegado, a delegacia atende cerca de 12 mil ocorrências por ano e que o morador também pode ligar no disque denúncia 181. Referente à violência contra a mulher, Dr. Marcelo afirmou que é obrigado a discernir se é caso de violência doméstica. “Muitas vezes a mulher vai até a delegacia reclamar, mas depois não se separa e vira contra o policial que colocou o marido na cadeia. Se for caso de violência doméstica cabe a prisão preventiva”, afirmou.

Para a Coordenadora dos Direitos das Mulheres, a polícia tanto civil quanto militar ainda não está preparada para receber casos como de violência, por falta de estrutura do Estado. “Nesta segunda-feira, já atendemos cinco casos de violência contra a mulher. Um dos casos, a mulher tentou se separar do homem e ele colocou fogo na casa, além de ameaçar a mulher. Para atender casos assim é necessário mais preparo, olho no olho, porque a mulher já está reprimida e com muito medo”, observou.

Em relação aos assaltos frequentes com motocicletas nos bairros: Vila Iase / Parque Pinheiros / Jardim Freitas Júnior, os moradores pediram a presença da Polícia que não está presente em todas as ocorrências, mas segundo os moradores nenhum boletim de ocorrência foi realizado. “A Polícia Militar tem limitações, por exemplo, quatro policiais estão afastados porque se confrontaram com marginais, deixamos de contar com eles por enquanto. Mas apesar dos problemas estamos à disposição para servir sempre”, afirmou Capitão Jairo.

No final da reunião, o presidente do Conseg, Dr. Douglas Bochete afirmou que toda a entidade no estatuto tem cadeira cativa no conselho. “Mandamos oficios convidando todas as entidades e órgãos da cidade para a reunião, mas não temos retorno eles não comparecem. Preciso cobrar a presença deles”, finalizou.

Mais dois NALS (Núcleo de Apoio Local) foram criados no final da reunião, o Projeto Mulheres da Paz e o Movimento Paz e Justiça aderiram ao núcleo.

Comentários