Comissão da alça de saída do Shopping Taboão identifica “manobra” para atrasar obra

Por Sandra Pereira | 19/09/2013

Depois de analisar detalhadamente o Termo de Compromisso de Medidas Atenuadoras e Compensatórias celebrado entre o ex-prefeito Evilásio Farias e o Shopping Taboão os vereadores que integram a Comissão de Acompanhamento criada para cobrar a construção da alça de saída para a Régis Bittencourt não pouparam críticas ao documento, que segundo eles permite manobras para atrasar a obra. Durante a reunião dessa quinta-feira, 19, os vereadores classificaram  o Termo de Compromisso como subjetivo, frágil e mal elaborado. Agora eles planejam ouvir os atuais secretários municipais de Obras e Finanças para obter informações técnicas de como deverá se dá a construção da alça, que segundo eles estaria orçada em R$ 12 milhões. O próximo passo da comissão será ouvir os representantes do Shopping Taboão. Todos os membros dela são unânimes em afirmar que não vão arrefecer a cobrança de construção da alça de saída e do cronograma de execução da obra. 

“O TAC é subjetivo. Frágil. Apresenta falhas e dá condições para que a alça não seja feita. Em 15 dias vamos convidar os atuais secretários de Obras, Finanças e posteriormente os representante do Shopping com a finalidade de dar respostas à população. Agora nós temos as informações e vamos cobrar a alça. Os trabalhos estão sendo longos, mas cada um dos vereadores aqui presentes está tratando esse assunto com toda a seriedade”, avisa o presidente da comissão, vereador Marcos Paulo.

Segundo ele, fora a alça é preciso cobrar  questões como ponto de ônibus entre outras benfeitorias. “Também vamos cobrar contrapartida pela realização da ampliação que traz forte impacto para a cidade”, completa. 

O presidente revela que o documento tentou uma manobra para que a construção da alça de saída fosse protelada ainda mais. O shopping tentou trocar o dispositivo por uma passagem de nível que já foi recusada pela ANTT sob o argumento de riscos e inviabilidade técnica. 

O relator da comissão, vereador Cido, reafirmou que a construção da alça é um pleito legítimo dos moradores de Taboão. Ele disse que não há alternativa que não seja a construção da alça, conforme consta no projeto inicial aprovado há mais de uma década. 

“Quero deixar claro que após os trabalhos dessa comissão iremos encaminhar o relatório ao Ministério Público. Essa primeira fase dos trabalhos é interna. Temos bastante material para analisar e mesmo não sendo engenheiros sabemos o que a população quer. O documento assinado pelo prefeito na administração passada traz várias obrigações que o shopping tem que cumprir, mas também deixou várias brechas para que ele não o faça. Isso nós não iremos permitir. A cidade será contemplada com o viaduto doa a quem doer”, avisou o vereador Cido, relator da comissão.  

O vereador Ronaldo Onishi salientou que a administração encaminhou toda a documentação solicitada pela comissão, permitindo dessa forma que os vereadores pudessem se aprofundar na análise do Termo de Compromisso e das plantas aprovadas. “O Termo de Compromisso é válido. Mas também dá ao Shopping a oportunidade de não realizar a obra.  Se a municipalidade por ventura aceitasse trocar a alça por qualquer outra medida atenuadora a Câmara não aceitaria porque a cidade quer a alça”, observou. 

A vereadora Érica Franquini foi enfática ao afirmar que a construção da alça é fundamental para dar fluidez ao trânsito na cidade e resolver um dos principais problemas que a população enfrenta diariamente: a falta de mobilidade. 


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