Justiça de Taboão retoma depoimento de testemunhas na fraude do IPTU

Por Sandra Pereira | 21/04/2013

O juiz Guilherme Alves Lamas, titular da Vara Criminal de Taboão da Serra retoma nesta terça-feira, 23, a segunda parte dos depoimentos das testemunhas de acusação na audiência de instrução dos acusados de participação no processo que investiga a chamada fraude do IPTU em Taboão da Serra. Nessa nova etapa do processo a Justiça pretende inicialmente três testemunhas de acusação. Em seguida a meta é ouvir mais de 100 testemunhas de defesa dos 26 réus. A proposta inicial do juiz era trabalhar com uma escala em ordem alfabética das testemunhas de defesa para garantir a ordem dos trabalhos. 

A expectativa da maioria dos réus no processo é que os depoimentos ocorram com brevidade. Eles argumentam que a indefinição atrapalha o andamento de suas vidas. A maioria garante ser inocente. Para réus e advogados o depoimento das testemunhas de acusação demonstrou “interesse político” do então investigador chefe de Taboão da Serra, Ivan Jerônimo, autor dos relatórios que pôs na cadeia 26 acusados, incluindo três vereadores, secretários municipais, funcionários públicos e ex-funcionários públicos. Todos são acusados pela polícia de participação no suposto esquema de desvio de recursos oriundos do pagamento de tributos municipais. 

O processo já é considerado o mais complexo da história da cidade, seja pela quantidade de réus envolvidos, ou pela reviravolta causada nos depoimentos das testemunhas de acusação. Uma dessas testemunhas disse que foi coagida pelo investigador a acusar as vítimas, o ex-secretário Salvador Grisafi, confirmou a tese de interesse político, levada à cabo por alguns advogados de defesa, ao declarar que o investigar Ivan Jerônimo desejava ser prefeito de Taboão. Nesse momento os advogados pediram que fossem anexados aos autos documentos como um jornal do PMDB no qual é feita menção à candidatura de Ivan a prefeito de Taboão.

 No final do depoimento Salvador relatou que no dia em que morreu Ivan tinha acabado de ser informado por policiais sobre a troca da cúpula da seccional de Taboão da Serra e sobre as movimentações do processo que respondia na corregedoria.

Num dos momentos mais marcantes da primeira fase do julgamento, os advogados dos réus propuseram o indiciamento por falso testemunho de um dos policiais que participou da investigação. Luis Antônio foi novamente inocentado das investigações pelo delegado Raul Godoy Neto.

A ausência do depoimento do investigador Ivan Jerônimo da Silva, que morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas, e, foi o responsável pela investigação e prisão dos acusados acaba interferindo nos trabalhos. Há os que acreditam que a ausência dele vai esvaziar as provas.

Na primeira audiência de instrução do processo, ocorrida em agosto de 2011, a então juíza do caso, Flávia Castellar Olivério, acatou pedido de adiamento  e a audiência foi remarcada para janeiro de 2012. Posteriormente foi adiada novamente desta vez para setembro de 2012, quando foi remarcada novamente para janeiro de 2013, já sob a responsabilidade do juiz Guilherme Alves Lamas, que contrariou as expectativas e anseios dos advogados e resolver dar prosseguimento ao caso.







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