Sabesp diz não ter como impedir que esgoto seja despejado em córrego Palmital

Por Sandra Pereira | 25/03/2013

O esgoto produzido por mais de 1.200 famílias residentes na região do Jardim Margaridas em Taboão da Serra vem sendo despejado há anos, sem qualquer tipo de tratamento no córrego do Palmital, região também denominada de córrego do Cemitério, ou córrego do Bananal. Os dejetos seguem para o córrego Poá passando por uma área de Proteção Ambiental pertencente ao Condomínio Rural Jardim Iolanda.

A área foi invadida há mais de 15 anos. A Sabesp fez a ligação de água para mais de mil famílias e o esgoto é jogado a céu aberto no Córrego do Palmital. As invasões tornaram Taboão uma cidade difícil de planejar e promover a regularização fundiária. O crime ambiental ocorrido no local é alvo de um inquérito civil que tramita sob o número 34/2002.


“Ironicamente a rede coletora de esgoto, coletor tronco SABESP, passa dentro do condomínio desde 1.998 e nenhuma compensação foi efetuada até a presente data”, atesta o síndico do local Nilton Esteves.

Questionada sobre o tema a  Sabesp informou por meio de sua assessoria de imprensa que a carga poluidora existente no Córrego Palmital, afluente do Córrego Poá, é proveniente de ocupação irregular estabelecida no Jardim Margarida. “Por ser tratar de uma de área não regulamentada, a Sabesp não tem poder de atuar sem a devida autorização dos órgãos competentes”, diz a nota encaminhada à redação do Jornal na Net, assinada pelo superintendente da Unidade de Negócio Oeste, Milton de Oliveira.  Ainda na nota a companhia esclarece que não identificou problemas em suas redes de esgotos que estejam prejudicando o local.

De acordo com a Sabesp a prefeitura de Taboão da Serra tem até dezembro de 2013 para reurbanizar o núcleo do Jardim Margaridas. “Inclusive com a implantação de redes de água e de esgotamento sanitário. Tais ações contribuirão para a despoluição dos córregos. Desta forma, os efluentes serão conduzidos para o coletor–tronco Palmital, já existente no local, e seguirão para a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Barueri”, concluiu a Sabesp.

A empresa não informou se as ligações de água existentes no local estão regulamentadas. Também não respondeu se os moradores pagam suas contas de consumo, que normalmente traz junto a cobrança do serviço de tratamento de esgoto.

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