Prisão de Nivaldo Orlandi causa polêmica em Embu das Artes

Por Sandra Pereira | 25/02/2013

A prisão do ex-prefeito de Embu das Artes Nilvado Orlandi está se transformando num imbróglio. Segundo a esposa de Orlandi, Fabiana Belarmino, até essa segunda-feira, 25, não foi dada entrada no pedido de relaxamento da prisão dele. De um lado familiares e apoiadores de Orlandi tacham a prisão de abusiva e reclamam que o CTG Saudades do Sul, casa de shows de propriedade dele sofre perseguição política. Também relatam que o delegado titular de Embu das Artes, Pedro Arnaldo Burk Forli, teria cometido abuso de autoridade. Uma denúncia contra o delegado foi formulada na Corregedoria da Polícia Civil. 

“Vamos entrar na Justiça com a defesa nessa terça-feira”, disse Fabiana Belarmino. “A luta do meu marido é para abrir o CTG. A gente ta pagando R$ 50 mil para fazer as adequações e manter a casa aberta. É isso o que queremos que o CTG volte a funcionar”, completou.
Segundo ela o delegado titular de Embu teria agido de forma truculenta ao ir ao CTG durante diligência quando Orlandi foi preso. “Ele arrombou uma porta com o pé e ainda ficou tomando cerveja lá”, declarou.

 Já o delegado Pedro Arnaldo Burk Forli  diz que cumpriu seu papel após o CTG descumprir por seis vezes sucessivas determinação de permanecer fechado. Ele declarou que o processo que resultou na prisão de Orlandi começou no dia 8 de fevereiro, quando ele teria sido detido e liberado pela primeira vez por descumprir a ordem de permanecer fechado. Segundo o delegado Nivaldo Orlandi esteve seis vezes na delegacia entre os dias 8 de fevereiro e 22 de fevereiro, quando ficou detido até o momento. Sobre a arma que teria sido encontrada no CTG e descrita em Boletim de Ocorrência como sendo de Nivaldo Orlandi o delegado contou que a origem dela está sendo levantada.

 “Em todas as vezes ele foi conduzido para delegacia por desobediência e desacato”, apontou o delegado, que disse considerar estranho o fato de não ter sido dada entrada no pedido de relaxamento da prisão dele até hoje.

“ O delegado não tem poder para arbitrar fiança. Quem faz isso é o Judiciário. Não adianta reclamar de mim. Tem que pegar um advogado e ir ao Fórum pedir a liberdade provisória. Depois disso basta cumprir as posturas municipais. Agora se ele sair e reabrir a casa não haverá prisão em flagrante, e sim a cassação da liberdade provisória. Se ele não sair logo será transferido para o Centro de Detenção Provisória de Itapecerica da Serra”, informou o delegado. 

Ele disse reconhecer que Nivaldo Orlandi não é uma pessoa perigosa e observou que a prisão dele só ocorreu por conta da desobediência sucessiva à determinação de manter o CTG fechado. 

“Até agora ninguém foi ao juiz pedir a liberdade dele. Estou achando isso estranho porque estão criando um impasse que só o Judiciário pode resolver, mas ao mesmo tempo ninguém recorre ao Judiciário”, afirmou o delegado ao Jornal na Net.  “Eu tinha que tomar providências em nome do decoro do meu cargo. Como delegado titular não podia mais deixar passar essa situação onde o cidadão é preso, liberado e volta a cometer o mesmo crime em seguida”, justificou.

O delegado titular de Embu relatou que numa das ocasiões em que esteve detido Nivaldo Orlandi teria dito em tom desafiador ao delegado plantonista: “Faz logo esse BO ai que eu tenho que ir embora”.

O delegado se recusou a comentar o ato realizado nesta  segunda-feira, 25, por apoiadores políticos de Orlandi pedindo a liberação dele e a reabertura do CTG. O presidente do Psol de Embu das Artes, professor Toninho e a irmã do ex-prefeito, Neide Orlandi partciparam do ato. Erlon Chaves, de Itapecerica da Serra, também participou e criticou a veiculação da matéria publicada no Jornal na Net relatando a prisão de Nilvado Orlandi no último sábado, 22. 



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