Disputa enfraquece movimento contra o aumento do IPTU no Taboão

Por Sandra Pereira | 11/03/2010

O movimento contrário ao aumento do IPTU em Taboão da Serra rachou. O empresário Edson Emaq, que iniciou a mobilização popular contra o aumento do imposto, não vem poupando críticas às últimas ações adotadas no seio do movimento que ele criou em dezembro, mas no final de janeiro acabou sendo “puxado” por outras líderes como o professor Narciso, a advogada Julia Collet e lideranças políticas que fazem oposição a administração municipal de Taboão da Serra.

“O movimento teve uma divisão grande. Tem gente se sentindo dono de tudo. Na verdade querem é tirar proveito político. Essa não era a idéia inicial”, provoca Emaq.

O racha interno vivido pelo movimento tornou-se público nesta terça-feira durante a sessão da Câmara Municipal, quando Edson Emaq usou a Tribuna para criticar o protesto realizado durante a entrega da Medalha 19 de fevereiro, nas comemorações relativas ao aniversário da cidade e reclamar do professor Narciso.

Depois da confusão Emaq precisou deixar a Casa Legislativa pelos fundos,   enquanto os vereadores discursavam pedindo que o movimento não perdesse o foco da reivindicação para adotar a prática da violência.

Mas, essa não foi a primeira vez que os integrantes do movimento “se estranharam”. Na Sessão Solene onde foi realizada a entrega da medalha 19 de fevereiro o próprio professor Narciso criticava abertamente a participação de pessoas ligadas à deputada Analice Fernandes no movimento.

Na prática, os conflitos internos enfraquecem ainda mais o movimento que já vem sendo esvaziado pelo desconto de 50% e 30% concedido pela prefeitura e pelo resultado dos pedidos de revisão, que em muitos casos deixam o IPTU abaixo do valor cobrado em 2009. Além disso, o valor do reajuste nas áreas da periferia não teve o mesmo impacto  que na região central.

Outro fator importante é que o movimento está perdendo aos poucos as características que o tornaram singular no seu surgimento: a participação de moradores, idosos, estudantes, pessoas simples, que estavam movidas pelo interesse social de reduzir o valor do imposto. Agora, ao que tudo indica a manifestação começa a ganhar corpo político e corre o risco de perder o foco,  como afirma Edson Emaq.

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