Você se lembra dos tempos de escola?

Por Outro autor | 3/12/2009

Lembra como foi chegar pela primeira vez nos portões e ver a mamãe acenando? E de como aquele lugar era estranhamente diferente de casa? Lembra das marcas das mãos de tinta no papel, dos recortes? Das massinhas... Talvez as memórias estejam longínquas, mas vamos mais adiante. Lembra que os doces pareciam inacabáveis? Que brincava de escolinha e sonhava em ser aquele professor?

Das brincadeiras com os amigos, da correria do recreio, do quanto se divertiam trocando figurinhas, colecionando papel de carta, correndo atrás dos meninos, implicando com o sutiã das meninas?Ah agora sim... Aposto que arranquei um sorriso maroto de saudade. Lembra dos trabalhos de escola que faziam juntos na casa dos amigos (os pais adoravam), do primeiro amor, das primeiras baladas, das brigas, das juras eternas, das amizades de sangue, das angústias que é ter que saber a faculdade que vai fazer? E o vestibular então!

Lembra da tortura que eram seus pais em cima de você? Lembra do desejo ardente de transgredir, ligar o som no último, gritar e querer mudar o mundo? E a formatura? E o carinho dos professores com água nos olhos e o canudo nas mãos? A coordenadora que tanto pegou no seu pé e que te abraçava orgulhosa?Se você lembrou-se de tudo isso, acabou de reviver tudo o que é de mais precioso para nós. Somos privilegiados! Aprendemos e ensinamos, vivenciamos e compartilhamos com nossos alunos e suas famílias, todo esse turbilhão de emoções e sentimentos.

Nossa escola é cheia de magia, é literalmente cheia de vida! Os outros profissionais que nos perdoem, mas há motivação maior e melhor do que desenvolver pessoas? Orientar, aconselhar, brigar, se importar, amar. Ver os alunos que entraram no maternalzinho trilhando todo um caminho sob nossa tutela e que agora irão ao mundo semear suas próprias idéias... Faz a garganta dar nó. Os pais, educadores por natureza, sabem, sentem o que estamos dizendo.

Chegando ao fim de mais um ano letivo, é preciso confessar o quão difícil é abrir mão das nossas crianças (eternamente crianças), mesmo com o sentimento de dever cumprido, sabendo que foram bem preparados para o que vida oferecerá. O jeito é se conformar com a saudade, pois como diz outro eterno – Quintana – “O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. Quem sabe assim, alimentando a saudade, não os teremos para sempre em nossas almas e corações?

Feliz natal e um grandioso ano novo! Que possamos agradecer todas as bênçãos e as dificuldades que nos fazem crescer. Que tenhamos o privilégio de fazer parte da vida de nossas crianças e seus familiares por muitos anos. Escola Tancredo Neves Homenagem a querida Mayara, com a qual convivemos por quase 10 anos e todos os formandos do 3º ano, que brilharam na mesma intensidade.

 

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Texto e Fotos: Karine Thiaki Sugimoto Psicóloga e Educadora

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