Prefeito Aprígio responde críticas do ex-prefeito Fernando Fernandes

Jornal na Net - Prefeito Aprígio concedeu coletiva acompanhado da primeira dama e vereadora Luzia Aprígio, além dos vereadores Anderson Nóbrega, Enfermeiro Rodney,Alex Bodinho e do secretário Eduardo Nóbrega

Por Sandra Pereira | 13/03/2022

Em resposta ao vídeo do ex-prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB), onde faz críticas à gestão municipal, o prefeito José Aprígio (Podemos) concedeu entrevista coletiva e rebateu os temas. Aprigio explicou o porquê as obras estão paradas, se justificou sobre a transferência do Pronto Socorro Infantil (PSI) para o prédio onde seria inaugurada a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Trianon, falou sobre a ruptura com o vice-prefeito José Buscarini (PSD) e alegou que muitas coisas que estão acontecendo atualmente são consequência das decisões do governo passado. Segundo ele, Fernando estaria jogando os seus erros em cima da atual gestão.

De acordo com Aprígio, as obras que Fernando o acusa de ter paralisado, como a UBS Laguna, o Serviço Especializado de Habilitação (SER), o Centro de Referência de Saúde da Mulher e o Complexo da Mulher só estão paralisadas porque houve problemas nos contratos que ele próprio assinou.

“Tudo que está parado na cidade foi o governo dele que deixou parado. No governo dele, o empreiteiro começou a obra e segundo o empreiteiro, era um serviço misto. Era o empreiteiro com uma parte do serviço e a outra parte era a Prefeitura. A prefeitura ia dar a mão de obra. A parte dele (empreiteiro) ele foi fazendo e atrasou a obra a partir do dia que ele disse “eu preciso de gente para liderar minha frente de trabalho”. E aí ele (Fernando) não deu ninguém […] O ex-prefeito contratou uma empresa que, se você pesquisar, nunca fez obra em lugar nenhum. E se você nunca fez, você não vai fazer bem feito”, falou.

Sobre o Complexo da Mulher, uma das obras que Fernando mais o criticou por ter “abandonado”, Aprígio alegou que a emenda enviada pela deputada estadual Analice Fernandes (PSDB) para construir o prédio é insuficiente.

“A obra foi orçada na época por R$ 3 milhões […]. A obra para fazer hoje é orçada entre R$ 6 milhões e R$ 7,5 milhões, com 3 milhões dá para fazer só metade. Foi maquiada a situação”, explicou.

O ex-prefeito afirmou no vídeo que Aprígio não cuida dos equipamentos esportivos de Taboão. O prefeito se defendeu alegando que esses campos já estavam abandonados na gestão anterior.

“Eu não paralisei nenhuma obra do esporte. O que eu encontrei parado com contrato e a empresa foi lá e destruiu também, tirou todo o gramado, foi um contrato que foi assinado na gestão dele […] A empresa sumiu porque não concluiu a obra. E lá é o Leme. Quantos anos aquele campo está daquele jeito. O convênio dele deixou daquele jeito. O Guaciara também. Foi o governo dele que o deixou destruído. E o pior, não tem uma empresa, não conheço até hoje um empreiteiro, que estava construído lá”, disse.

Outro ponto levantado no vídeo divulgado por Fernandes, foi um episódio ocorrido no Palácio do Governo, na época em que o número de mortes por falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se intensificou em Taboão. Na época, Aprígio teria entrado na sala para conversar com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi e ao ver Fernando sentado na mesa, teria saído da reunião.

“Durante aquele mês nós pedimos para o Cross 27 vagas de emergência para salvar a vida das pessoas que estavam no Akira e eles simplesmente não mandaram nenhuma para Taboão da Serra. Durante esse mês, morreram 11 pessoas. A impressão que eu tinha é que eles estavam forçando a situação para eu falar com ele. Eu pedi sim uma reunião com o Marcos Vinholi e chegando lá eu simplesmente disse: estão negando muitas vagas pra cá (Taboão). E quem estava na minha frente? O meu adversário […] Eu simplesmente disse: esse cara não vai resolver o meu problema. Porque se resolvesse, durante esse mês, ele teria conseguido pelo menos uma vaga para Taboão da Serra. A minha impressão é que ele estava lá atrapalhando a liberação de vagas. E eu falei mesmo: com ele eu não vou me sentar e nem discutir melhorias para a cidade com quem quer a ruína da cidade. Eu não participei da reunião com ele, mas meu corpo técnico ficou participando até o final da reunião. Foi feito vários pedidos e foi aprovado por ele que disse que ia atender todos os pedidos. Agora eu pergunto pra ele, você atendeu um pedido para Taboão da Serra?”, salientou.

O prefeito também discorreu sobre o afastamento do vice-prefeito Vicente Buscarini do governo. Ele negou ter tido qualquer briga com Buscarini e reafirmou que o seu vice estaria mantendo contato com o ex-prefeito.
“Nunca briguei com o Buscarini. Nos primeiros três meses, o Buscarini chegou com uma carta e falou: estou me afastando, estou ficando fora e minha mulher está entregando a Secretaria e eu não continuo ao lado do governo. Eu falei: “pensa melhor, eu acho que você não está certo”. […] Cinco, seis meses depois, fiquei sabendo que o Buscarini estava se reunindo frequentemente com o ex-prefeito Fernando arrumando um jeito para me derrubar com o apoio do ex-prefeito […] Ele foi candidato a vice, nós ganhamos a eleição, ele tem que saber que era o vice […] Quando eu tive certeza que ele estava falando com o Fernando e tentando tudo que já falei. Eu chamei ele e disse: aí não dá. Se for assim você precisa ficar fora”, explicou.

Em relação a transferência do PSI para o prédio onde seria inaugurada a UBS Trianon, Fernandes criticou a decisão de Aprígio alegando que o local foi pensado para a instalação de um tipo de equipamento de saúde que cuidaria de toda a população local.

O atual prefeito frisou que precisou fazer essa escolha porque as condições do antigo prédio estavam muito precárias.

“Ele critica porque, não sei se ele esqueceu como médico, que cuidar de gente não é como cuidar de animal. Aquilo tinha condição de abrigar qualquer ser humano? É sujo, é barata, é rato, é parede caindo aos pedaços. É muita falta de capacidade e humanidade você colocar crianças em um lugar daquele. Sem contar o espaço. Uma sala para atender 10 crianças. Não é assim que se cuida de gente”, falou.

Aprigio também salientou que a UBS Trianon ainda sairá do papel.

“Precisa fazer uma UBS ali com qualidade e estrutura para receber os moradores […] Estamos vendo hoje uma localização ali próximo para fazer uma nova UBS”, garantiu.