Precisamos pensar com o coração

Por Outro autor | 24/01/2011

Bruno Rodrigues Follador, geógrafo e pesquisador do laboratório da fazenda biodinâmica Andreashof, Baden-Wurttemberg, na Alemanha trouxe reflexões importantes sobre o futuro da agricultura no século XXI e os impactos dos defensivos agrícolas na cadeia produtiva com a palestra diálogo “A Vida na Terra depende da vontade humana?”, realizada no dia 18 de janeiro, às 19h, no Centro Cultural Mestre Assis do Embu, em Embu das Artes (SP). Participaram do evento organizado pela Sociedade Ecológica Amigos de Embu, em parceria com a Prefeitura de Embu, cerca de 60 pessoas.

Follador passeou pela história, falando sobre a origem das monoculturas, dos agrotóxicos – conhecidos como defensivos agrícolas –, da Revolução Verde que tinha como justificativa “acabar com a fome no mundo”, e mostrou as vantagens de um sistema produtivo equilibrado, respeitando-se os ritmos da natureza, com o uso de compostos orgânicos que promovem o desenvolvimento integral das plantas, auxiliando a vida da microflora do solo.

Segundo Follador, a agricultura industrializada é fruto da indústria bélica e este tipo de agricultura provoca inúmeras perdas: na qualidade do solo, de espécies, e, principalmente, na qualidade dos alimentos. Follador, estudioso da antroposofia, lembrou que a vida não pode ser comprada: ou você fomenta ou destrói, daí a importância da participação criativa do homem e a reverência à natureza.

Durante o evento, o público participou com perguntas e comentários. Follador comentou aspectos sobre o vegetarianismo, os ritmos da natureza, os transgênicos, etc. Citando o escritor e pensador Goethe, Follador finalizou dizendo que o ser humano é a obra-prima da natureza, a flor, não como algo arrogante, como o antropocentrismo coloca. Por isso, a nossa responsabilidade é maior do que nunca. É preciso olhar a natureza com o coração, um olhar ativo, pois só o coração bom não vai ajudar, nós precisamos de um coração pensante – pensar com o coração!

Indaia Emília
Assessoria de Comunicação SEAE

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