Embu e Itapecerica aguardam obras de Compensação do Rodoanel

Por Sandra Pereira | 13/10/2009

A expectativa das cidades de Embu das Artes e Itapecerica da Serra em relação às compensações ambientais prometidas pelo governo do Estado como contrapartida pela obra do Rodoanel são imensas. O projeto original prevê uma série de investimentos que até o momento ainda não  foram concretizados conforme o planejamento apresentado.

Na última semana, quando o governador anunciou o início das obras de compensação em Ribeirão Pires as cidades ficaram em alerta. Especialmente a questão ambiental tem motivado várias discussões nos dois municípios.


Itapecerica e Embu tem quase 100% do seu território em área de proteção de mananciais. As cidades estão amargando um impacto nunca visto por causa da obra. Os problemas de infraestrutura são grandes, porém, tornam-se pequenos quando comparados ao impacto ambiental.

Quem visita as imediações do canteiro de obras tem uma pequena noção do que acontece no local: desmatamento, assoreamento de rios e córregos, destruição de mata, morte de animais ameaçados de extinção estão entre os principais problemas.

 

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Natureza sofre no canteiro de obras do Rodoanel em Itapecerica da Serra

Por causa do atraso nas obras compensatórias em Embu o prefeito Chico Brito já se reuniu várias vezes com a Dersa para cobrar o cumprimento do calendário demonstrado pelo governo Serra. “Ninguém duvida da importância da Rodoanel, mas temos que estar atentos em relação às obras mitigatórias”, disse Chico Brito.

No caso de Embu, por exemplo, houve a perda de um patrimônio de valor inigualável: um casarão de quase 300 anos, de taipa de pilão, que foi derrubado durante a obra.

A Dersa não assumiu a responsabilidade, mas cabia ao órgão cuidar e manter o local que os historiados defendem possuir um valor inestimável.


De acordo com o governo do Estado, para a implantação do Trecho Sul foi adotado um dos projetos mais avançados do mundo em termos de preservação do meio ambiente. São 26 programas ambientais, voltados para a preservação da flora, da fauna e do patrimônio arqueológico, histórico e cultural, de apoio à proteção e recuperação de mananciais, de monitoramento da qualidade da água, do ar e de ruídos e de atendimento a emergências ambientais durante a construção. Também serão criadas unidades de preservação e parques ao longo do traçado.

"É a obra que tem mais contrapartida ambiental - perto de R$ 500 milhões. Só em Ribeirão Pires, além da pavimentação de vias, nós vamos plantar mais de 95 mil mudas como forma de compensação, o que na verdade vai muito além das árvores que foram derrubadas", disse o governador.  

O Programa de Reflorestamento, que promove o plantio de mudas de espécies nativas em mais de 1.000 hectares, contemplou ainda a criação de viveiros de mudas em todos os municípios impactados, onde são ministrados pelo Instituto de Botânica, cursos de coletas de sementes. No total serão preservados, revitalizados ou recuperados mais de 5 mil hectares de áreas verdes, o equivalente a 34 parques do Ibirapuera.

Trecho Sul

Iniciado em junho de 2007, O Rodoanel Sul terá 61,4 quilômetros de extensão - sendo 57 quilômetros no eixo do Rodoanel e 4,4 quilômetros na interligação de acesso ao município de Mauá - e será entregue ao tráfego até março de 2010, período de execução de 33 meses, com antecipação de 15 meses, criando um novo paradigma de obra pública no Brasil no que diz respeito a prazo, menor custo por km com qualidade de padrão internacional devido à eficácia da Gestão do Empreendimento.

Interligará o interior do Estado de São Paulo às rodovias Régis Bittencourt, Imigrantes, Anchieta e à interligação da Avenida Papa João XXIII no município de Mauá.

Facilitará o transporte e o escoamento de cargas de outros estados até o porto de Santos, sendo importante elo econômico para a incorporação deste porto ao sistema de logística de transporte do estado de São Paulo. Atravessará os municípios de Embu, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Mauá. Com a extensão da avenida Jacu-Pêssego, facilitará o acesso à zona leste de São Paulo, às rodovias Ayrton Senna, presidente Dutra e ao aeroporto de Cumbica.

O traçado escolhido minimizou os possíveis impactos ambientais, com soluções que contribuirão para a recuperação e proteção das áreas de mananciais. O projeto desenvolvido utilizou técnicas avançadas de engenharia que garantirão a segurança dos usuários e a redução de acidentes, com um balanço ambiental positivo. Terá apenas 4 acessos: na rodovia Régis Bittencourt, no município de Embu, nas rodovias dos Imigrantes e Anchieta, em São Bernardo do Campo, e na interligação com a avenida Papa João XXIII, em Mauá.

Incentivo ao desenvolvimento e melhor qualidade de vida.
- Redução dos custos em transporte em R$ 2 bilhões/ano
- Redução de 43% do volume de veículos de carga na avenida Bandeirantes e 47% na Marginal Pinheiros.
- Redução em 67% dos riscos de acidentes.
- Redução no tempo médio das viagens metropolitanas
- Melhoria da qualidade do ar em 6% na região metropolitana.

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