Novo comandante do CPA-M8 diz que prioridade na região será combater o tráfico de drogas

Por Outro autor | 27/08/2017

Localizado em Osasco, o Comando de Policiamento de Área Metropolitana Oito, mais conhecido como CPA/M-8, atende as cidades de Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, Embu-Guaçu,São Lourenço da Serra, Osasco, Barueri, Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Jandira, Carapicuíba, Itapevi, Cotia e Vargem Grande Paulista. No total, são 15 municípios, seis batalhões, cerca de 600 viaturas, entre carros e motos e, aproximadamente, 3100 policiais. Há pouco mais de um mês, o coronel PM José Marcelo Macedo Costa assumiu o desafio de comandar o CPA/M-8. Bacharel em Direito e doutor em Ciências Policiais, coronel PM Costa atuou na Polícia Rodoviária entre 1992 e 2015.

Em entrevista ao Diário da Região, o coronel PM Costa falou sobre suas prioridades para a segurança na região e reforça que irá usar as ferramentas inteligentes da polícia para combater o tráfico de drogas e, com isso, inibir outros crimes como roubos e assassinatos. “Um dos nossos focos é o tráfico de drogas. Isso porque o tráfico de drogas deriva de vários outros crimes. Você tem um roubo porque quem está roubando é usuário e vai recorrer à droga. Tem o acerto de contas com uma série de homicídios por conta do não pagamento do usuário. Então, trabalhando em cima do tráfico de drogas podemos inibir outras séries de delitos.”

Quais são as suas prioridades para a região?
A Polícia Militar está se especializando na criação de ferramentas inteligentes. Nós temos, por exemplo, a distribuição do efetivo georeferenciado, ou seja, sabendo onde as viaturas estão distribuídas. A partir do momento do acionamento dessas viaturas, o banco de dados é alimentado com as ocorrências do dia a dia, gerando os relatórios gerenciais com um mapa que aponta a quantidade de roubos de veículos e o horário de concentração de ocorrência, que cresce à noite, entre as 20 horas e 0 hora. Esse é um dos sistemas inteligentes que a PM dispõe. O foco bem presente no nosso comando é potencializar a utilização dessas ferramentas inteligentes para que tenha o emprego do operacional bem direcionado aos pontos onde acontecem os crimes. Em outros sistemas temos o avanço da mancha criminal. Com o cruzamento desses bancos de dados é possível empregar a viatura no local correto. Esse é um trabalho que já era realizado, mas já reunimos todos os comandantes de Companhias e seremos severos no cumprimento. Temos o que chamamos de programa de policiamento inteligente, que é você direcionar o seu policiamento de forma técnica. A mancha criminal vai evoluindo porque você começa a atacar em um ponto e ela muda de lugar. Nós temos, por exemplo, os crimes de roubos. Nós atacamos em uma determinada área, mas o marginal não muda de profissão, ele muda de local de atuação, então vamos potencializar a utilização dessas ferramentas inteligentes para fazer esse acompanhamento da mancha criminal.

O sistema é alimentado pelos Boletins de Ocorrência certo?
Sim. As informações são alimentas pelos Boletins de Ocorrência. Temos uma troca de informações com a Polícia Civil que chamamos de Infocrim, que é um sistema de informações criminais. Ali temos os principais pontos com a incidência de determinados crimes, apontando o principal dia da semana e as principais faixas de horários. Isso é algo que eu gostaria de dizer: vamos tentar deixar o policiamento mais direcionado possível e, com isso, conseguiremos reduzir os índices criminais.

Poderia chamar de policiamento preventivo?
O policiamento preventivo na sua essência é orientar o policiamento. Se você sabe que em um determinado local tem grande incidência de ocorrência você direciona o seu policiamento.

A região também conta com a atuação do Baep
Ele é uma tropa de saturação. Você tem a atividade ordinária dos Batalhões e essa tropa vem como complemento. Dentro desse trabalho orientado pelo sistema de inteligência você também direciona o policiamento do Baep para fazer frente ao crescimento eventual de algum indicador criminal que esteja necessitando de um impacto maior. A consolidação de estratégia de emprego do 5º Baep também é uma das nossas prioridades, até por conta da sua recém estruturação. No comando anterior já tínhamos a junção da Forças Táticas dos Batalhões, mas a criação do Baep é uma equipe especializada, treinada e de saturação. É uma tropa com armamento mais qualificado. É uma iniciativa que vai dar certo na região de Osasco.

O senhor vai focar no combate a algum crime específico?
Nós temos a necessidade de focar em alguns ilícitos que despontam no interesse de segurança pública. Um dos nossos focos é o tráfico de drogas. Isso porque o tráfico de drogas deriva de vários outros crimes. Você tem um roubo porque quem está roubando é usuário e vai recorrer à droga. Tem o acerto de contas com uma série de homicídios por conta do não pagamento do usuário. Então, trabalhando em cima do tráfico de drogas podemos inibir outras séries de delitos. O Baep será utilizado também nessa modalidade. Combatendo o tráfico de drogas e os delitos de roubos você melhora a qualidade de vida da população. Queremos potencializar ações de prevenções primárias de outros órgãos. Nós temos uma série de iniciativas que podem ser adotadas pelas prefeituras que chamamos de prevenção primária. É você ter uma iluminação pública condizente com o local, evitar terrenos baldios com a vegetação muito alta, e temos uma prática de relatar isso para as prefeituras. Isso já tem sido feito, mas também vamos potencializar. É muito importante a gente pensar que a segurança pública não cabe só à Polícia Militar. A constituição prevê que é um dever do Estado, mas é uma responsabilidade de todos se todos tiverem cautelas e prevenção pessoal.

E o que a população pode fazer para agir a favor da segurança?
Por exemplo, não ostentar um celular, alterar os horários, sair do colégio acompanhado de outros alunos, avisar o vizinho quando for viajar, evitar fazer saque em caixa eletrônico à noite. Tem uma série de medidas que a própria população pode usar para ajudar. Aquela ideia de que a segurança pública é só incumbência da Polícia Militar precisa ser desmistificada. E aí eu coloco o papel dos órgãos de imprensa nessa inserção de orientações à população. Essa seria mais uma iniciativa do nosso comando. Uma aproximação cada vez mais com os órgãos de imprensa, para que possa divulgar as iniciativas do nosso comando e, principalmente, essas medidas primárias para alertar a população sobre o que ela pode fazer para auxiliar a polícia e evitar ser vítima. Outra medida que já está sendo realizada é a aproximação com a comunidade. A polícia comunitária. Nós temos em nossa região uma base em Osasco que é visitada até por polícias de outros países porque ela é referência em polícia comunitária. Ter essa interlocução para que a população não tenha temor em fazer um contato com a PM é ponto que precisamos enfatizar nos conselhos de segurança e na sociedade.

E como estreitar essa relação?
Uma das filosofias de polícia comunitária é a manutenção do policial na região onde ele trabalha. Isso seria o ideal. No nosso dia a dia as escalas acontecem, normalmente, na mesma região para que o policial consiga identificar as pessoas daquela sociedade. O 190 é padrão. Todos que passam por uma necessidade sabem para qual telefone recorrer, mas isso não basta. As pessoas precisam se aproximar em situações de normalidade. Elas precisam chegar na base operacional, ter um diálogo com o policial e conhecer nossa estrutura que está a serviço da população. Essa é outra ideia que a gente quer potencializar.

Um morador do bairro pode visitar a base mesmo que não tenha qualquer ocorrência?
Ele deve recorrer à Base, mesmo sem ocorrência alguma. O policial ser procurado no momento do desespero é uma consequência da situação, mas ser procurado até mesmo para conhecer o policial que está trabalhando em sua região é uma satisfação.

Tem alguma cidade da região que precisa receber uma atenção maior no combate ao crime?
Em nossa sede fazemos um planejamento global obedecendo as características de cada Batalhão. Todo Batalhão tem o seu indicador e um número que pode ser destacado é a quantidade de roubos de cargas.

Alguns bairros de Osasco estão adotando o sistema de Vigilância Solidária. Isso mostra a fragilidade da segurança pública ou ajuda a polícia?
Esse é um programa de prevenção primária onde existe uma sociedade organizada e que sabe das dificuldades em termos de segurança pública. São os vizinhos cuidando de sua vizinhança. Não é fragilidade. Pensando na ideia de que segurança é responsabilidade de todos, ele foi encampado pela Polícia Militar, é um programa muito importante para que tenhamos cada vez mais bairros em que os moradores vejam essa necessidade e coloquem suas placas. Ela inibe a atuação porque o marginal procura facilidade. As pessoas que querem conhecer mais ou adquirir o programa Vigilância Solidária podem procurar informações nas reuniões de Conseg ou ligar para o setor de relações públicas do CPA/M-8 no telefone 3604-2888.

 

Informações do site webdiario

Comentários