CEI contra Cooperativa Vida Nova convoca funcionários públicos para depor

Por Sandra Pereira | 28/06/2016

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) criada pela Câmara de Taboão da Serra para apurar possível irregularidades no desdobro de áreas da Cooperativa Habitacional Vida Nova voltou a se reunir na noite desta segunda-feira (27), e como ocorreu nas últimas sete vezes não colheu nenhum depoimento. Até hoje a CEI só ouviu dois secretários municipais. O presidente da Cooperativa Habitacional Vida Nova, José Aprígio, não compareceu. Horas antes da CEI ele conseguiu revogar a decisão judicial que garantia sua condução coercitiva aos trabalhos. A defesa de Aprígio alega erros na CEI e diz que ele só vai comparecer quando conhecer o objeto de investigação da comissão.

A comissão aprovou a convocação de mais duas testemunhas, que ocupavam os cargos de diretores de aprovação e regularização na gestão do ex-prefeito Evilásio Farias, para deporem na próxima quinta  (30) às 15h. Foram convocados Natali Odacir Favero, diretor de Aprovação e Márcio Alfredo Ferreira, diretor de Regularização. A CEI também manteve a convocação dos diretores da Cooperativa Habitacional Vida Nova.

O presidente da CEI, Eduardo Lopes, quer superar esse obstáculo ampliando o foco da investigação levando para depor funcionários públicos envolvidos na aprovação dos projetos. Lopes afirma que as investigações vão  continuar durante o recesso e disse que sua prioridade vai ser conduzir a investigação. À imprensa ele sugeriu que outras pessoas podem estar envolvidas na suposta fraude no processo de desdobro da Avenida Vida Nova. A prefeitura entende que a Cooperativa não deixou área institucional em seus empreendimentos.

“Não consigo acreditar que eventualmente, se houve, em tese, um prejuízo que ultrapassa a casa dos R$ 250 milhões ao erário, eu não acredito que uma fraude desta se resume a uma única pessoa. Então a CEI vai continuar com todo vapor. Vamos dar uma grande colaboração ao Ministério Público. Não estou preocupado com reeleição. Já fui eleito para fiscalizar e estou fazendo isso”, disse Lopes, antes de acrescentar não temer que a CEI se perca pela falta de resultado prático. “A vinda das duas testemunhas que convocamos vai dar um up grade na CEI”, antecipou.

Defensor do presidente da Cooperativa Habitacional Vida Nova, José Aprígio da Silva, o advogado José Vanderlei,  não poupou críticas a CEI e questionou sua legalidade. Além disso, ele relatou desconhecer o teor das acusações. Disse não ter tido acesso aos autos e nem aos depoimentos dos dois secretários municipais que confirmaram haver irregularidades no desdobro de áreas.

“Ninguém tem [ciência do teor da acusação]. E não tive acesso aos autos da acusação. A inocência é presumida até que se fossa prova inversa. […] A CEI, oficialmente não existe. Segundo o próprio regimento interno da Casa deve ser aberta por deliberação da mesa. O regimento prevê que seja aprovado um decreto legislativo com o plano de trabalho. O artigo 2 do Regimento Interno diz que os vereadores não podem investigar empresas privadas. A cooperativa não é um órgão público”, observou.


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