Ney Santos afirma ser vítima de perseguição do PT de Embu e isenta Chico Brito

Por Sandra Pereira | 24/02/2016

Com o plenário lotado de apoiadores o presidente da câmara de Embu das Artes, Ney Santos (PSC), pré-candidato a prefeitura de Embu das Artes iniciou o que parece ser uma cruzada contra o Partido dos Trabalhadores (PT) de Embu, a quem ele culpa diretamente pela cassação do seu mandato de vereador, feita pelo TRE no dia 23. Ney teve o mandato cassado sob a acusação de compra de votos na eleição de 2012, numa ação movida pelo PT, por conta do apoio que ele dava às ações de saúde promovidas pela ONG Vida Feliz. Ele diz ser vítima de perseguição política pelo PT e o deputado Geraldo Cruz a quem não poupa críticas abertas, veladas e as mais diversas alfinetadas.

Ney Santos disse que a cassação “despertou o gigante” e avisou que a partir de agora vai pra rua mais motivado que nunca. Ao que tudo indica a estratégia dele é minar o PT e ao mesmo tempo poupar o prefeito Chico Brito.

“Nada contra o prefeito Chico Brito que pra mim vem fazendo um ótimo trabalho, mas o PT nunca mais governará Embu das Artes. Esse mesmo PT está desgraçando a vida do nosso país. Com todo o respeito aos vereadores dessa sigla, mas esse mesmo PT vai sair da nossa cidade e de várias outras. O povo quer isso, o povo mostra isso e contra a vontade do povo só Deus. Eu estava quieto no meu canto e eles me provocaram, se eu estava trabalhando 16 horas por dia agora vou trabalhar 24”, avisou. “A nossa perseguição é do PT que está há 16 anos no poder e não quer sair”, completou.

Em entrevista coletiva Ney Santos disse que a divergência dele com o PT não interfere na relação com o prefeito Chico Brito. Ele admitiu apoiar e aprovar as ações do prefeito Chico Brito. Disse que o Legislativo é autônomo e isso não muda. “Minha briga não é contra o prefeito é contra o PT. A Dilma rouba, tá todo dia nos jornais e não pode ser cassada, agora um humilde vereador que apóia um projeto social tem quer cassado. Eu não vou poupar. Vou dizer a todos que estou sendo cassado por ajudar trabalho social na saúde”, assinalou.

O presidente comemorou o fato da decisão do TRE não tê-lo deixado inelegível. Ele descartou a possibilidade do grupo político que montou se desfazer e revelou que após a divulgação da cassação recebeu ainda mais apoio. Ney Santos disse que vai recorrer da cassação e avaliou que sua situação é diferente da do deputado Geraldo Cruz. O presidente garantiu estar tranquilo e preparado para o que vier.  

“Os mesmos 6 votos que me cassaram não me deixaram inelegível. Já o meu opositor perdeu o mandato e ficou inelegível. Ele não pode disputar eleição. Agora se eu perder o mandato vou ter mais tempo de ir pra rua. Quando saiu a notícia da cassação os adversários comemoraram soltando fogos, eu queria falar pra eles guardarem pra soltar na nossa vitória”, ironizou.

Caso seja afastado do cargo Ney Santos disse que vai continuar trabalhando pelo povo e anunciou que vai “montar uma barraca para atender os moradores”. Segundo ele quem quer fazer trabalho social não precisa de mandato. Apesar de admitir que a situação é delicada o vereador afirma estar confiante que será feita Justiça nesse caso.

“Posso ter perdido essa pequena batalha, mas temos uma grande guerra pela frente e com esse exército nós vamos vencer”, disse antes de ser ovacionado pelos presentes. “Não estou sendo acusado de desviar dinheiro público. Não estou sendo acusado de desviar verba da merenda escolar. Não estou sendo acusado pela máfia do asfalto como alguns políticos. Não estou sendo acusado por comprar matérias falsas como alguns políticos que foram cassados por causa disso. Se a gente tiver que cair vamos cair de pé. O povo precisa de um líder com coragem de encarar as dificuldades”, completou em tom firme na tribuna.

Aos jornalistas o presidente admitiu temer sofrer perseguição política por partes das instituições envolvidas no pleito eleitoral. Os advogados dele disseram que após a publicação da sentença o cartório eleitoral deverá fazer nova contagem de votos antes de convocar o suplente e nesse período eles darão entrada em recursos para reverter a decisão e manter o presidente no cargo.

“Não está se trocando uma cadeira de vereador. É uma cadeira de presidente. Presidente presta contas diariamente, assina documentos contábeis. Se ele sai hoje e retorna amanhã vai haver um fracionamento das contas. Há muitos elementos que trazem peso para uma liminar ser concedida”, afirmou um dos advogados do presidente Ney Santos. 



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