Novela da eleição da mesa diretora de Taboão promete ser longa e pode ter final dramático

Por Sandra Pereira | 10/12/2014

Alguém tem que ceder é nome de filme e não de novela. Mas parece ser esse o foco central da trama que se tornou a eleição da mesa diretora da Câmara de Taboão da Serra.Enquanto nenhum dos grupos que briga pelo poder cede o clima político da cidade ferve. Na sessão desta terça-feira, 9, havia uma tensão cortante entre os vereadores no plenário. Os parlamentares protagonizam uma queda de braço poucas vezes vista onde o objetivo é fazer cansar até que alguém ceda. Os analistas políticos de plantão preveem a possibilidade de final dramático na trama com direito a perdas de mandato, expulsão, traições impensáveis e até o estabelecimento de uma nova ordem política.

Na mesa, no comando da sessão o presidente Eduardo Nóbrega (PR), a vice-presidente Joice Silva (PTB), e os secretários Carlinhos do Leme (PP) e André Egydio (PSDB) apresentavam expressões visivelmente tensas. Outros dois integrantes do grupo dos 6, Marco Porta (PRTB) e Eduardo Lopes (PSDB) também não aparentavam estar em seus melhores dias. Porta andava pelo plenário sem parar característica que costuma repetir em momentos de tensão. No grupo dos 6 existe quatro candidaturas, Carlinhos, Joice, André e Porta. Todos dizem manter a candidatura e criticam a ação de tornar o público voto e a união com a oposição feita pelo grupo dos 7. 


Era impossível não notar o quanto o ambiente estava pesado  no primeiro encontro entre os 13 vereadores após a bombástica coletiva de imprensa concedida pelo chamado grupo dos 7 que declarou voto em Marcos Paulo (Pros) para presidente. O grupo dos 7 quer realizar a eleição o mais rápido possível. O dos 6 quer segurar até que algum dos 7 mude o voto.

Eles ficaram mais de 25 minutos em reunião sob o pretexto de discutir a realização da eleição para a presidência. Voltaram com ânimos pouco diferente.Os vereadores do chamado grupo dos 7 voltaram sabendo que a votação não ocorreria por falta de tempo, mas se dizendo dispostos a não ceder, como espera que eles façam os integrantes do grupo dos 6.

Do lado dos vereadores liderados por Marcos Paulo também havia tensão cortante no ar. Eles apresentavam semblantes mais sérios do que o habitual. Conversavam entre si o tempo inteiro e pareciam ignorar o outro lado. O grupo dos 7 se ausentou em bloco da sessão na segunda parte dos trabalhos. O plenário esvaziado foi uma cena no mínimo interessante: a mesa diretora seguiu os trabalhos como se tudo estivesse normal, mas parecia uma corte real sem súditos.

E enquanto ninguém cede no grupo dos 6 ou 7 uma projeção futura dos novos capítulos da trama sugere aumento das pressões, propostas e barganhas. Resta saber quem vai ceder.

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