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Acidente que matou nove em Itapecerica segue com apuração pendente e metalúrgicos sem direitos, diz sindicato

Por Da Redação do Jornal na Net | 24/10/2022

DivulgaçãoDivulgação - Tragédia sem precedentes deixou a cidade e toda a região consternadas

Passado um mês do desabamento de uma estrutura em uma empresa de Itapecerica da Serra, que deixou nove mortos e 28 feridos, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região lamenta que a apuração das causas ainda não tenha sido concluída e que as famílias, além das perdas humanas, enfrentem dificuldades para assegurar seus direitos.


A tragédia aconteceu na manhã de 20 de setembro, durante visita dos então candidatos a deputado estadual, Jones Donizette, e a deputada federal, Ely santos.


De acordo com a entidade, dos nove trabalhadores que morreram, a empresa só liberou uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). “Dos 28 feridos encaminhados a hospitais da região por helicópteros, resgate dos bombeiros e Samu, foram emitidas apenas outras três CATs”, acrescenta o sindicato. Assim, essas quatro seriam para os únicos funcionários com registro.

“É importante ficar claro que, sem a CAT, as vítimas ou seus familiares terão dificuldades de ter seus direitos trabalhistas e previdenciários garantidos e respeitados”, afirmou o diretor do sindicato Marcelo Mendes. “Por isso, exigimos que o documento seja emitido a todos.”

Regularização pública


Os metalúrgicos afirmam que a empresa (Multiteiner) deslocou 64 trabalhadores para uma reunião com os candidatos, quando a estrutura desabou.


Em nota divulgada à imprensa na ocasião, a prefeitura informou que a regularização do imóvel, inserido em Área de Proteção e Recuperação aos Mananciais (APRM), cabe primeiro à Cetesb.
“De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente, o projeto anteriormente aprovado pela Cetesb foi irregularmente alterado, e sua regularização junto aos órgãos públicos estava em trâmite”, diz ainda a nota do Executivo municipal.

Além disso, fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) fizeram vistoria e descobriram que o auditório onde ocorreu o acidente não tinha licença para funcionar.


“O espaço não aparece no projeto encaminhado para a aprovação da prefeitura e também não tinha autorização para evento temporário.”

“Estamos sem respostas. A fiscalização do Ministério do Trabalho passou na empresa dia 23 de setembro, mas, até o momento, não enviou o relatório de fiscalização. Queremos que, além do acidente, os registros dos trabalhadores também sejam fiscalizados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social e também pelo Ministério Público do Trabalho, que acompanha a tragédia”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, João Batista.

 

 

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