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Alterações no PIX: veja o que irá mudar

Por Outro autor | 21/10/2022

DivulgaçãoMilhares de brasileiros aderiram ao uso do Pix.

Às vésperas de completar um ano de vida, o chamado PIX pode ter algumas pequenas mudanças. Isso porque o sistema criado pelo Banco Central (BC) para reaver valores desviados por fraude ou golpe está passando por uma reformulação.

O objetivo é, nada mais nada menos que endurecer as regras de rastreio. Em outras palavras, o BC tenta apertar o cerco contra as “contas laranjas” usadas para ramificar o dinheiro das vítimas entre diferentes favorecidos.

As alterações para aperfeiçoar o sistema de pagamentos instantâneos já foram, inclusive, apresentadas. A ideia veio de um grupo de trabalho de segurança, formado por participantes do mercado e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Por sua vez, o encontro aconteceu no Fórum PIX, realizado em 22 de setembro de 2022. De acordo com informações, a autoridade monetária irá acatar algumas das sugestões. Quer saber o que muda? Então, acompanhe com a gente!

Alteração no PIX

Em síntese, uma das ideias diz respeito à criação de uma notificação automática da chamada “ramificação de valores”. Esse termo dá nome ao momento em que os golpistas transferem, de imediato, o valor desviado da vítima para diversas contas laranjas. Essa prática é feita para dificultar o rastreio. Aliás, o item já aceito como prioridade na agenda do regulador.

Rastreio de valores roubados

De acordo com o relatório apresentado ao BC, a principal sugestão é “a abertura automática de eventos para casos de triangulação de valores utilizando o PIX”. A justificativa é simples: até que o cliente tome conta da fraude, faça a contestação no seu banco e este notifique a infração, perde-se muito tempo para bloquear e recuperar o dinheiro.

Além da abertura automática, o grupo também propôs ampliar o bloqueio da conta de destino dos recursos até a 5ª camada de ramificação. Ou seja, em todas as contas subsequentes do primeiro favorecido. Além disso, para afeiçoar a medida, os participantes propuseram uma limitação de até 30 minutos após o recebimento da transação para a abertura para abrir uma ramificação.

Visto que algumas das mudanças sugeridas são muito complexas para serem implementadas, o próprio grupo de trabalho estima em pelo menos 8 meses o tempo para seu desenvolvimento e mais 2 meses para homologação em ambiente controlado, antes de entrar de fato em operação.

Fiz um PIX errado, e agora?

É importante também saber o que fazer em caso de cometer algum erro no momento de fazer esse tipo de transferência.

Afinal de contas, se eu fiz um PIX errado, o que devo fazer?

De acordo com especialistas, a resposta pode não ser tão simples. Isso porque ainda não existe uma possibilidade de cancelar a operação.

Ainda assim, o primeiro passo é verificar se você não enviou para algum conhecido. Caso tenha feito isso, envie uma mensagem para quem recebeu o valor.

Se é alguém que você não conhece, procure o nome da pessoa ou empresa e entre em contato contanto sobre o engano. A saber, essa pessoa pode escolher a opção de ‘devolver o valor’ dentro de 30 minutos – no máximo 1 hora. Caso já tenha passado esse tempo, ainda é possível enviar os valores por PIX de volta.

Se você enviou para uma chave aleatória errada, entre em contato com a instituição financeira que o dinheiro foi enviado. Caso ainda continue com problemas, fale com o seu próprio banco.

O PIX

A saber, o PIX é um meio de pagamento eletrônico instantâneo e 100% gratuito oferecido pelo Banco Central do Brasil. Válido tanto para Pessoas Físicas (PFs) quanto Jurídicas (PJs), é o mais recente meio de pagamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

Em suma, lançado no dia 5 de Outubro de 2020, ele passou a funcionar em 16 de Novembro de 2020. O PIX funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, entre todas as instituições. Tudo isso rápido, e fácil, com é só alguns cliques.

Por fim, suas chaves de transação podem ser cadastradas utilizando os números do telefone celular, CPF ou CNPJ, e endereço de e-mail do usuário.  A ideia veio para baratear o custo das transferências, eliminando a necessidade de as pessoas portarem dinheiro físico, o que representa um custo adicional, principalmente para as empresas.

Tarifas do PIX

Acredite ou não, mas você pode estar pagamento tarifas de uso do PIX, e nem sequer sabe. Isto é, o Banco Central autorizou que diversas instituições cobrem tarifas para as contas de pessoas jurídicas, sem um teto máximo. Essa taxa é cobrada em virtude do PIX Troco e do PIX Saque.

De acordo com as informações divulgadas pelas instituições, o Santander cobra R$2,50 para cada saque de valores, considerando uma empresa. Já o Banco do Brasil cobra R$2,90. Além disso, quando se trata do recebimento de valores via PIX, a taxa pode ser ainda maior. O Banco do Brasil, portanto, segue um percentual de até 0,99%, com a tarifa máxima de R$140.

Ademais, o Bradesco cobra até 1,4% do valor total da transação, com a tarifa máxima de R$145. Contudo, o Itaú efetua a cobrança de 1,45%, considerando a tarifa máxima de R$150. Até o momento, a Caixa, Nubank, Inter e C6 Bank não provém dessas cobranças para PJ. Por fim, apesar de não existir um teto estabelecido pelo BC, caso as taxas sejam consideradas abusivas, o consumidor tem total direito de prestar uma queixa.

Como fazer Pix usando saldo de duas contas

Uma nova atualização do sistema do Pix nas instituições bancárias, visa permitir que os usuários realizem a transação utilizando duas contas diferentes. Isto é, unindo o saldo bancário de duas contas, para assim, complementar o valor a ser enviado.

Atualmente, alguns bancos já permitem a possibilidade, que funciona de maneira simples e prática. Ou seja, se um indivíduo possui R$40 reais em uma conta, mas precisa fazer uma transferência Pix no valor de R$50, ele poderá utilizar o saldo de uma segunda conta. Para que isso seja possível, basta selecionar a opção antes da finalização da transação.

Contudo, os Itaú, o Bradesco e o Banco do Brasil, já possuem a funcionalidade. Ademais, a possibilidade é em virtude do chamado Open Finance, que consiste em permitir que as instituições bancárias compartilhem dados de pagamentos dos ses clientes. Por fim, vale ressaltar, que os bancos respeitam a segurança dos dados de seus usuários. Ou seja, isso só é possível quando o cliente permite.

 

 

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