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Polícia investiga como homicídio culposo desabamento em Itapecerica que deixou 9 mortos e 31 feridos

Por Da Redação do Jornal na Net | 23/09/2022

DivulgaçãoDivulgação/Tragédia abalou Itapecerica e toda a região

A Polícia Civil investiga como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o desabamento do auditório que matou nove pessoas e deixou 31 feridos em Itapecerica da Serra na terça-feira, 20. A tragédia sem precedentes abalou Itapecerica e toda a região. O prefeito Francisco Nakano decretou luto oficial de 3 dias na cidade. Embu das Artes também decretou luto.

Segundo o delegado Luís Hellmeister, a tragédia é apurada como crime cometido por negligência, imprudência ou imperícia. No entanto, a linha pode mudar, se houver falha no projeto de engenharia.

“Uma liga de concreto que jamais poderia ser utilizada ou uma bitola de aço fatalmente iriam correr risco de problema sério estrutural”, disse.

A polícia analisa as imagens de câmeras de segurança do local.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) pediu que, em 24 horas, a prefeitura apresente as ARTs, documentos que mostram o responsável técnico pelo projeto.


O desabamento dentro da empresa de contêineres deixou nove mortos, sendo sete mulheres e dois homens, e 28 feridos.
Os fiscais do Crea fizeram vistoria no local do acidente e descobriram que o auditório não tinha licença para funcionar. O espaço não aparece no projeto encaminhado para a aprovação da prefeitura e também não tinha autorização para evento temporário.

Cetesb
A Cetesb informou que a empresa possuía aprovação para o uso do local, mas atualmente se encontra em avaliação um pedido de regularização do empreendimento.

Na coletiva, a prefeitura informou que a documentação para a alteração de galpão comercial para industrial está parada na Cetesb "por cerca de quatro anos".

O g1 questionou a Cetesb sobre quando foi encaminhada a documentação para a regularização e quanto tempo leva para ser aprovada. Em nota, a companhia informou que "a construção da obra deve ser precedida do Alvará expedido pelo órgão competente da Prefeitura" e que, "no caso da empresa Multiteiner Comércio e Locação de Containers Ltda, por se tratar de empreendimento localizado em Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Reservatório Guarapiranga, a atribuição da Companhia Ambiental se restringe à expedição do Alvará de Licença, tomando em consideração exclusivamente as questões ambientais, que digam respeito aos mananciais, conforme previsto em legislação específica".

Segundo o Corpo de Bombeiros, o imóvel estava sem o laudo de vistoria, o AVCB. Cerca de 64 trabalhadores estavam em uma reunião no auditório de um galpão da empresa quando a laje desabou. A área tem 10 mil metros quadrados.

Ainda segundo a prefeitura, o auditório era voltado para treinamento dos funcionários e não poderia receber mais de 15 funcionários de uma só vez.


"Lá era uma laje pré-montada, era um auditório de treinamento, vamos lembrar que a empresa sobe lá o número de funcionários de 10 a 15 funcionários por vez, um detalhe importante é que quem planejou o evento, quem organizou, não teve preocupação em se atentar com a segurança do local, porque iria colocar um número de pessoas de uma única vez extremamente significativo", afirma Leo Novaes.


Investigações
Uma das hipóteses é a de que a sobrecarga na estrutura tenha provocado o acidente, segundo a Defesa Civil de Itapecerica. Vítimas que estavam no local relataram que a estrutura desabou após uma concentração na área do café do local.


O Ministério Público Eleitoral de São Paulo também abriu uma investigação para apurar se estava ocorrendo um evento político no local, já que o candidato a deputado estadual, Jones Donizette (Solidariedade), e da candidata a deputada federal, Ely Santos (Republicanos) estavam visitando a empresa no momento do desabamento.

Segundo o MP, "é necessária investigação para saber se o encontro realizado na empresa implicou despesas eleitorais ou constrangimentos ao voto. A Procuradoria Regional Eleitoral vai instaurar uma notícia de fato para apurar o caso".

Em nota enviada à imprensa após o acidente, a assessoria de Jones informou que ele e Ely foram convidados a conhecer a empresa e, quando estavam se despedindo dos trabalhadores, parte da estrutura de concreto se rompeu e os candidatos ficaram presos nos escombros.

*Com informações do G1

 

 

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