Mortes na maternidade do Antena voltam a ser debatidas na Câmara de Taboão

Por Sandra Pereira | 5/11/2014

As mortes trágicas de duas gestantes e o bebê de uma delas, na maternidade do Antena, ocorridas no final do mês de agosto e no começo de setembro, que carregam a suspeita de erro médico em ambos os procedimentos, de acordo com os familiares das vítimas, voltaram com força a pauta da Câmara Municipal de Taboão da Serra na sessão desta terça-feira, 4. O tema foi debatido em toda a primeira parte da sessão. As causas das mortes ainda não foram esclarecidas o que reforça a suspeita dos familiares de que houve erro médico. As três mortes são alvos de processo de investigação no Conselho Regional de Medicina e na Secretaria Municipal de Saúde. Os três vereadores da oposição falam em CPI para investigar as mortes na maternidade municipal.

Além das mortes no Antena o tema que predominou na sessão foi a queda de braço dos grupos que brigam pela presidência do Legislativo e travam nos bastidores acirrada disputa para chegar ao posto.

“A oposição ainda não tem os votos para instalar uma CPI. Mas eles estão trabalhando e sempre é possível conseguir. Por outro lado nós temos a Drª Raquel encaminhando as respostas solicitadas. As mortes estão sendo investigadas”, afirma o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nóbrega, alegando que no momento não assinaria uma CPI para investigar as mortes por entender que a investigação já está acontecendo.

A primeira morte foi de uma jovem mãe de apenas 25 anos. A família diz que ela foi submetida a uma cesariana seguida por laqueadura durante a qual  teria sofrido uma parada cardíaca. O bebê dela sobreviveu. Ela tinha outros 4 filhos e fez todo o pré-natal na maternidade do Antena, com a  expectativa era de que tivesse parto normal. A decisão de submetê-la a uma cesárea aconteceu depois que ela teria começado a apresentar complicações para o bebê. O parto ocorreu durante a tarde e a jovem entrou em óbito a noite.

A segunda morte aconteceu no dia 1º de setembro e foi ainda mais trágica. A mãe e o bebê perderam suas vidas após uma série de procedimentos traumáticos e equivocados, segundo os familiares.  Adriana Andrade tinha 37 anos e deixou outros 5 filhos. A família diz que ela deveria ter sido submetida a uma cesárea em razão do tamanho do bebê, mas, a gestante teria sido submetida a parto normal. Como o bebê era grande houve complicações. Ao final da experiência traumática mãe e filho perderam a vida. A família de Adriana acusa erro médico e quer investigação sobre o caso. 

De maneira recorrente as mortes das duas gestantes e do bebê de Adriana são tratadas com pesar na Câmara. Os vereadores aprovaram requerimento pedindo acesso ao prontuário médico das duas pacientes, relatório do pré-parto e parto e parecer técnico da maternidade. O documento foi assinado por todos. Os dados estão sendo encaminhados, mas a Casa ainda tem dúvidas e faz cobranças recorrentes a Secretaria Municipal de Saúde.

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