Benefícios da prática de exercícios resistidos para idosos

Por Outro autor | 18/06/2010

Hoje, devido a vida estressante imposta pela vida moderna, grande parte da população já compreende a importância e os benefícios que a prática de uma atividade física regular, seja aeróbia ou resistida (musculação) traz para a promoção da saúde.

É sabido também que devido aos avanços tecnológicos, a expectativa de vida da população não só brasileira vem aumentando gradativamente com o passar das décadas, incorrendo em um aumento no número de idosos em nossa sociedade. Para que esses idosos tenham uma vida melhor e mais saudável, retardando ao máximo os efeitos degenerativos causados pela idade avançada, somada a fatores tais como: má nutrição, tabagismo, poluição, stress, sedentarismo etc., profissionais da área da saúde atribuem como uma das soluções desses problemas, especialmente para a terceira idade, a prática regular de exercícios, contudo existe alguma resistência aos exercícios de caráter resistido.

Segundo Mcardle (2003), o avanço da idade causa atrofia muscular devido ao deterioramento das unidades motoras. Também em idosos, essa baixa de massa muscular acaba por diminuir as força e potência musculares, impossibilitando assim a execução de atividades de vida diárias como caminhar, levantar-se da cadeira e subir escadas. Estudos realizados por Fleck e Kraemer (1999) comprovam que a potência e treinabilidade são de extrema importância para as capacidades físicas do indivíduo. O número de neurônios, a velocidade de reação, os reflexos, a agilidade e coordenação também diminuem, assim como a massa óssea, muitas vezes causadas pela osteoporose, e a estatura, devido ao estreitamento vertebral.

O aumento de gordura se torna notório uma vez que idosos sedentários tendem a ingerir mais energia do que consomem, havendo assim um acúmulo maior de gordura corporal e diminuição da taxa metabólica (TMB). Para Guccione (2002), a principal causa de aumento de peso é a baixa dessa taxa metabólica e de atividade física aliadas à uma maior ingestão do que gasto de energia.

Para melhorar o estilo de vida dos idosos aconselha-se um treinamento com exercícios resistidos, musculação, pois estes estimulam capacidades físicas como força quando se faz uso de cargas para levantar e estabilizar pesos, da flexibilidade, pois a execução dos movimentos corretamente exige uma amplitude articular grande e da coordenação já que existem repetições de exercícios que devem ser executadas lentamente e de forma gradual.  Segundo Santarem (2004), a amplitude e lentidão dos movimentos acabam por estimular as terminações nervosas propioceptoras, responsáveis no equilíbrio, precisão de movimentos e consciência corporal.

Assim como para qualquer praticante regular de exercícios resistidos, o recrutamento e aumento de fibras musculares acabam, também, por ajudar na estabilização da firmeza do corpo do idoso, seja no momento de andar ou de manter-se fixo, equilibrado em algum lugar por um determinado tempo, diminuindo assim os riscos de possíveis quedas e fraturas.  Auxilia no controle de diabetes, da artrite, de doenças cardíacas e de problemas relacionados ao colesterol e hipertensão.

Westcott e Baechle (2001) observaram um aumento de 1,09kg de massa muscular em idosos com idades entre 61 a 81 anos, submetidos a pratica de exercícios resistidos por 02 meses, com freqüência de 2 a 3 vezes por semana com 30 minutos cada sessão.

Aliada a uma dieta balanceada e equilibrada, a prática de exercícios resistidos para idosos diminui o percentual de gordura corporal, uma vez que dela será retirada parte da energia necessária para a realização de tais treinamentos. Para idosos obesos uma importância maior deve ser dada aos grandes grupos musculares, uma vez que estes ajudam na manutenção do tecido magro.

Além dos benefícios físicos supracitados, não podemos nos esquecer dos benefícios psicológicos que os exercícios resistidos trazem aos idosos, em especial quando trabalham em grupos, pois segundo Strawbridge (2002), idosos fisicamente ativos podem interagir mais e estabelecer relações com aqueles entram em contato durante a realização de uma atividade física. Um idoso fisicamente ativo pode manter-se constantemente participativo em sua comunidade aumentando suas relações sociais, sua auto-estima, diminuindo e/ou contribuindo para que ele não adquira ou se cure de possíveis transtornos psíquicos como depressão.

Para tanto é indispensável que antes de iniciar qualquer ciclo de atividade física, nossos “jovens”0 façam uma consulta com médicos especializados que possam determinar as condições iniciais e acompanhar cada idoso desde o início de seus exercícios. Demais procedimentos como instrução, prescrição e monitoramento de cada idoso durante sua prática de exercício, deve ser realizada por profissionais capacitados de Educação Física.

Para finalizar, destacamos que a atividade resistida não vai diminuir o tempo de envelhecimento das pessoas, porém, fará com que essas envelheçam com uma maior qualidade de vida. Nunca é tarde pra começar.

 Texto: Nelson Gonçalves, Rubens Ribeiro, Luiz Carlos Carnevali Junior

 

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