Médicas cubanas são recebidas em clima festivo em Embu das Artes
Por Sandra Pereira | 1/11/2013
As seis médicas cubanas que vieram trabalhar em Embu das Artes por meio do programa Mais Médicos, do governo federal, foram recebidas em clima de festa nesta sexta-feira, 1º de novembro. As médicas Maria Eulalia Quesada Arminan, Maria Georgina Nicolas Hernandez, Maria Isabel Gonzales Guevara, Maria Yermes Clausse Duany, Maricel Mejias Herrera e Maricel Vazquez Cespedes vão trabalhar nas unidades de saúde do Santa Tereza, Santa Luzia, Fátima, Valo Verde e Santa Emília. As profissionais ficaram emocionadas com a recepção que receberam. O prefeito Chico Brito disse que o reforço na equipe de saúde da cidade é positivo e lembrou que Embu ainda pode receber outros 15 médicos do programa federal. Segundo ele a rede municipal de saúde conta atualmente com 32 médicos especialistas, 71 clínicos gerais atuando na atenção básica, 63 no Pronto Socorro do Vazame e 89 no PS central.
Para o prefeito o programa Mais Médicos enfrenta o corporativismo tradicional da categoria. Aos críticos do programa, que pregam dificuldades de comunicação entre médicos e pacientes, Chico Brito lembrou que em países como Estados Unidos e Canadá entre 30 e 35% dos médicos são de origem estrangeira.
Citando as dificuldades de deixar a própria pátria, a família e amigos, Chico Brito usou a história para unir Embu das Artes e Cuba, terra natal das médicas. Ele lembrou que em 1959 quando Embu virou cidade os cubanos protagonizaram a revolução camponesa tornando-se símbolo do socialismo. Ele disse que o sacrifício das médicas de deixar a sua pátria vai ser recompensado pelo reconhecimento do povo brasileiro e dos moradores de Embu das Artes.
“O povo acolheu os médicos de Cuba. O Mais Médicos está fazendo uma revolução no país porque o corporativismo dessa categoria é muito grande. A presidente Dilma e o ministro Padilha tiveram a coragem de enfrentar e romper essa prática”, disse o prefeito.
Chico Brito relatou que pela manhã exonerou um médico a bem do serviço público porque ele agendou vários pacientes no mesmo horário somente para dar plantão em outra cidade. Ele lembrou que a principal deficiência na área da saúde refere-se aos recursos humanos e citou os investimentos feitos na cidade desde 2001 na saúde. De acordo com o prefeito em 2001 o orçamento da saúde era de apenas 7 milhões e em 2008 subiu para R$ 140 milhões, mantendo o acréscimo de investimento nos anos seguintes.
“O problema na saúde é decorrente de toda a demanda reprimida que enfrentamos. Mesmo com todos os investimentos ainda precisaríamos de mais 50 médicos para cumprir as metas da Organização Mundial de Saúde. Mas nenhuma prefeitura consegue isso sozinha sem ajuda dos governos estadual e federal”, disse o prefeito.
“O ministro Padilha é médico. Filho de médica e teve a coragem de comprar briga com os conservadores. Esse é um posicionamento que deve ser elogiado”, disse.
As médicas cubanas vão ficar hospedadas numa pensão de Embu por 10 dias. A prefeitura está providenciando para elas um imóvel alugado e aulas de português para facilitar a comunicação com os pacientes.