Escola de Cidadania começa aulas em Embu das Artes

Por Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes | 6/03/2013

A Escola de Cidadania de Embu das Artes e Região iniciou, em 4 de março, o seu primeiro curso, para 150 pessoas. Lúcia Helena Rangel, doutora em Antropologia, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, abordou o tema Formação da Sociedade Brasileira e desfez a história nacional na cabeça de muita gente. Isso porque a maioria dos participantes aprendeu que a escrava, mostrada forte e de seios fartos, era uma amável ama de leite; que o índio não foi escravizado como o negro porque era livre e não gostava de trabalhar (eu acreditava nisso). Mas não é bem assim. 


“A ama de leite era obrigada a amamentar o filho da sinhá antes do seu, e as indígenas eram capturadas, caçadas, estupradas, violentadas e obrigadas a casar com colonos. Às africanas eram destinados os serviços domésticos, dos quais faziam parte ‘servir’ os senhores da casa grande e amamentar os filhos das sinhás.”


Lúcia Rangel foi além ao lembrar os 6 milhões de índios que habitavam o País na chegada dos jesuítas e os 2, 5 milhões de africanos trazidos para a nova terra, que em 1912, quando a estrada Madeira–Mamoré ficou pronta, a borracha já não era nossa, iniciando o fim de um ciclo econômico, os indígenas que ainda hoje lutam por sua sobrevivência. As grandes sequelas de toda essa história estão evidenciadas no comportamento de um povo que se declara 90% branco ou pardo no censo do IBGE, embora proveniente do negro, índio, mulato, cafuso e apenas de uma categoria branca, a do colonizador, e que nem sempre sabe que a maior festa realmente brasileira é a junina. “A formação de nossa sociedade é marcada pela escravidão e expropriação de terras, principalmente dos povos indígenas”, disse a mestra.


A antropóloga cumpriu o que propõe a Escola de Cidadania, que busca uma Sociedade do Bem Viver: “Sensibilizar os e as participantes para uma compreensão mais ampla e profunda da sociedade em que vivemos e o funcionamento das instituições políticas com as quais convivemos, desempenhando com mais confiança e interesse o papel de cidadãos e cidadãs comprometidos com o desenvolvimento do País”.


Luíza Erundina fala de democracia em 11/3


O próximo encontro semanal do curso da Escola de Cidadania, realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Embu das Artes, e Prefeitura da Estância Turística, terá palestra da deputada federal Luíza Erundina. Ela falará sobre “Democracia Representativa para Democracia Participativa”, em 11/3, às 19h, no Centro de Eventos O Caipirão (avenida Elias Yazbek, 2812). A entrada é aberta ao público, assim como todos os encontros, gratuitos, da Escola de Cidadania, que também aceita alunos ouvintes.


O programa inclui ainda:


18/3 – Violência Doméstica e Familiar, com Marisa Araújo e Simone Hipólito

25/3 – O Estado Que Temos e o Estado Que Queremos, com Rudá Ricci

2/4 (terça-feira) – Orçamento Público, com Odilon Guedes

8/4 – Plano de Metas: Meio Ambiente

15/4 – Plano de Metas: Saúde, com Carlos Neder

22/4 – Comunicação, com Victor Zacarias

29/4 – Plano de Metas: Educação, com Maria José Favarão (Mazé)

6/5 – Plano de Metas: Cultura, com Célio Turino

13/5 – Consciência Negra e Cotas

18/5 – Economia Solidária, com Paul Singer e Chico Brito (prefeito), Centro Cultural Pirajuçara/Valdelice

27/5 – Plano de Metas: Segurança Pública, com Benedito Mariano

3/6 – Plano de Metas: Juventude

10/6 – Plano de Metas: Mobilidade

17/6 – Plano de Metas: Moradia, com Inês Magalhães

Programa sujeito a alteração. Os encontros são realizados às segundas-feiras, no Centro Cultural Mestre Assis (Largo 21 de Abril, 29), com algumas exceções assinaladas acima.

Mais informações pelo telefone (11) 4704-4816, 11 7738-7023 (Nextel), 11 968-427969 (vivo), 11 982-990568 (Tim).

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