FF quer renegociar dívidas e adotar plano emergencial para evitar colapso na saúde em Taboão

Por Sandra Pereira | 19/12/2012

Faltando poucos dias para voltar ao comando da prefeitura de Taboão da Serra o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) revelou que as suas primeiras ações na administração serão o decreto de moratória às empresas credoras da cidade, a implantação de um plano emergencial na área de saúde, a fim de evitar a paralisação no atendimento, um mutirão de limpeza urbana nos bairros, além do anúncio de todo o secretariado. O prefeito admitiu que a área da saúde e as finanças são as que mais causam preocupação.

Para o prefeito a moratória – renegociação das dívidas acumuladas na atual gestão – é necessária porque as empresas credoras admitiram que a dívida chegasse a onde chegou.“Os credores foram parceiros para que a dívida chegasse a esse ponto crítico. Eles são responsáveis também. Não podemos sacrificar a cidade por causa disso. As empresas vão ter que esperar para receber. Vamos priorizar o desenvolvimento da cidade, segurança e os serviços prestados pela prefeitura”, relatou.

Fernando Fernandes disse que a Viva Ambiental, que a faz a coleta de lixo acumula dívida de R$ 28 milhões e a Iacta, administradora do PS do Antena tem para receber R$ 15 milhões.

“A proposta é pagar em dia os serviços executados na nossa administração, já os passados serão negociados e parcelados”.

Fernandes disse que vai adotar nos primeiros dias de governo um plano emergencial para a área da saúde, a fim de fazer os moradores voltarem a acreditar e procurar os postos de saúde. Ele quer convocar sessão extraordinária em janeiro para aumentar salário de médicos e viabilizar a contratação de mais profissionais na cidade.

“Em primeiro lugar temos que povoar os consultórios de médicos. Visitei na última semana 8 unidades de saúde e só encontrei dois médicos. Também não tinha moradores, o que pode dar a falsa impressão que a saúde vai muito bem. Pelo que já vimos posso dizer que a saúde vai ser o grande problema a ser resolvido”, admitiu.

Sobre a dívida de R$ 78 milhões que a administração Evilásio Farias admitiu ter nos últimas semanas, o prefeito eleito disse os números apresentados não correspondem à realidade.

“Não são números alvissareiros. São difíceis. Até outubro a dívida já passava de R$ 110 milhões. Mas só vamos falar quando tivermos finalizado esse levantamento. Não quero repetir os erros do passado”, contou.

O prefeito observou que desde a campanha constatou os problemas na limpeza urbana da cidade, disse estar preocupado e já falou em um plano emergencial para limpar as ruas. “A cidade não pode continuar assim de jeito nenhum”, resumiu.

Questionado se vai aumentar o valor das passagens de ônibus em 1º de janeiro o prefeito disse que será preciso analisar planilhas e tratar o assunto com responsabilidade. Entretanto, falou que não dará o aumento, mas observou que o atual governo poderá fazê-lo.

Sobre a crise envolvendo o transporte alternativo que está beirando a extinção em Taboão da Serra Fernando Fernandes disse que não poderia e nem interferir nessas decisões.

“A questão dos perueiros não é só do Executivo. Todo o Legislativo apoiou o que está acontecendo. Vou manter a minha posição da campanha de analisar todos os aspectos, e, posteriormente tomar a nossa decisão. Agora, eu avisei lá atrás aos perueiros que isso podia acontecer. Eu apoiei o transporte alternativo, criei a lei e não tive deles apoio na minha eleição de 2001, se hoje a situação chegou aonde está os perueiros também são responsáveis”, relatou.

O prefeito voltou a confirmar os nomes de João Medeiros para ocupar a secretaria de Educação e Takashi na Administração. Ele não fez novos anúncios justificando que seria em razão das negociações para a presidência da Câmara.

“Eduardo Nóbrega é um nome provável, vem fazendo uma composição interessante, mas a presidência só se decide dia 1º de janeiro”, disse.

Fernandes deixou escapar que a estratégia do seu grupo é trazer dois ou três vereadores eleitos na coligação adversária para fazer parte de sua base, e dessa forma garantir a aprovação dos projetos que exigem 2/3 de votos.

Sobre os projetos do governo estadual que quer implantar em Taboão Fernando Fernandes enumerou o Metrô, Poupa-tempo, Bom Prato, Centro de Convivência do Idoso, creches, Etec e Fatec.

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