Moradora de Taboão é exemplo no Dia Nacional do Deficiente Visual

Por Sandra Pereira | 13/12/2012

Neste dia 13 de dezembro o Brasil celebra o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. Sediada em São Paulo, a Fundação Dorina Nowill para Cegos, localizada na rua Diogo de Farias, no Jardim Clementino, oferece há 65 anos  capacitação para cegos visando garantir a independência deles e a qualificação para o mercado de trabalho. Da fundação vem vários exemplos concretos de superação e persistência, como  é o caso da moradora de Taboão da Serra, Aparecida Eliana Mota, deficiente visual desde o nascimento.

Na última semana a taboanense se formou no curso de informática da fundação vencendo mais uma barreira de exclusão. Ela já participou de diversos cursos oferecidos no local e já ajudou a qualificar centenas de deficientes visuais.

Cida, como ela é conhecida, trabalha, estuda, e ainda ajuda outros deficientes visuais a descobrir a vida que existe após a cegueira. Dona de uma independência invejável a escuridão na qual ela vive mergulhada não impõe limites à realização dos seus sonhos. Mesmo sem enxergar todos os dias ela mostra a sociedade que há muito o que fazer, mesmo sem  visão.

“Cada etapa que a gente vence é como um novo sonho realizado. Acaba um e começa outro”, conta Cida.

Atualmente a deficiente visual ministra aulas em faculdades para deficientes visuais. Prepara o material em impressoras especiais, que imprimem em Braile. É mais ativa do que muita gente sem qualquer tipo de limitação. E diz orgulhosa que volta para casa todos os dias depois das tradicionais novelas globais. 

"Fico triste de ver tanta gente sem problemas de visão que acaba se tornando cego, limitado por não ter a determinação ou a vontade de estudar e aprender. Eu sempre fui diferente, gosto de conhecer mais e faço todos os cursos que eu puder", relata, enfatizando que o conhecimento é a chave para a mudança. 


Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Entre as deficiências declaradas, a de maior incidência foi a visual, atingindo 3,5% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde com tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significa o fim de uma vida independente e produtiva.

A cegueira pode ocorrer em qualquer idade. Há casos de pessoas que já nascem sem visão ou com os mais diversos tipos de problema. Também há os casos em que em razão de outras doenças a pessoa perde a visão.

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