Dersa e PRF não se entendem e alça de saída do Rodoanel continua fechada

Por Sandra Pereira | 20/08/2012

A alça de saída do Rodoanel Oeste com destino à Regis Bittencourt, na altura da entrada principal de Embu das Artes, no km 279 (ramo 700), na pista sentido Curitiba, tem tudo para se tornar “um elefante branco”. A obra que custou R$ 17 milhões foi impedida de abrir por não ter autorização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que apontou falta de segurança aos motoristas que trafegassem na via. Por determinação da PRF o Departamento Rodoviário S/A (Dersa), responsável pela obra, instalou sinalização no local, entretanto, o risco permaneceu e a abertura do acesso não ocorreu. 

Ao que tudo indica, se depender da PRF e da Dersa, que se recusa a fazer novas obras visando garantir a segurança, a alça não será aberta ao tráfego de veículos. Ao mesmo tempo em que a indefinição sobre a abertura segue a  construção dela está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União. 

Enquanto a Dersa, a PRF, a autopista Régis Bittencourt e a ANTT não chegam a um entendimento sobre a responsabilidade pela execução das obras que se fazem necessárias para a abertura da alça de acesso o que se vê diariamente no local é o retrato do uso indevido de recursos públicos. 

A alça é utilizada por crianças que soltam pipas, como passeio de cavalos e até casais. Nas últimas semanas a reportagem do Jornal na Net flagrou diversas situações inusitadas no local. Uma das que mais despertou a atenção foi a presença de um homem sentado, encostado no muro de proteção como se estivesse pensando na vida.

A assessoria de imprensa da Dersa informou ao Jornal na Net que “com a conclusão da implantação da sinalização, estão concluídos os trabalhos na alça e que quaisquer outros melhoramentos são de responsabilidade da operadora da via”, ou seja, a OHL, que administra a Régis Bittencourt.

 “A abertura da pista depende agora da ANTT e concessionária da rodovia”, alega a Dersa, acrescentando que a alça foi construída em total concordância com o projeto previamente aprovado pelo DNIT e atendeu todas as solicitações complementares feitas pela ANTT.


A Polícia Rodoviária Federal diz que como está a alça não pode ser aberta. No final do ano passado a PRF determinou  intervenções no local e solicitou estudos de engenharia para a adequação e programação de segurança viária. 

A PRF estabeleceu que os serviços necessários para a liberação da alça referem-se à implantação da faixa adicional para aceleração dos veículos com origem no Rodoanel e destino à pista sul da rodovia Régis Bittencourt, de responsabilidade da Dersa, que implantou o ramo 700 sem essa condição.

O argumento utilizado para a não liberação do tráfego é de que a alça é insegura, pois há um afunilamento no seu final, bem no encontro com a Régis Bittencourt. Essa situação exige que os motoristas reduzam a velocidade para entre 40 km/h e 60km/h.

De acordo com a Dersa o projeto contemplou dois acessos distintos para veículos provenientes do Trecho Oeste do Rodoanel e que se dirigiam a pista sul da Régis. A alça de acesso ficou pronta em junho de 2010 - dois meses após a inauguração do trecho sul. Atualmente, há outra ligação com a Régis Bittencourt, aberta com a inauguração do Trecho Oeste (2002), mas é longo, cheio de curvas e feita para baixa velocidade. 

A Dersa afirma que o projeto, apresentado ao DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes  (operador da Rodovia à época), em agosto de 2006, foi previamente submetido e aprovado pelo órgão.
Enquanto as autoridades competentes não chegam a um entendimento sobre a questão a alça segue sendo utilizada por populares cada vez mais de forma criativa chamando a atenção de que trafega pela Régis Bittencourt.

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