Videomonitoramento acumula R$ 1,5 milhão em gastos

Por Sandra Pereira | 4/07/2012

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SDS) de Taboão da Serra acaba de fazer mais um investimento milionário na tentativa de resolver o grave problema desencadeado pela falta de câmeras de segurança no município. A pasta, responsável pela Guarda Municipal, conseguiu empenho no valor de R$ 617. 022,00, para a compra de novo software, informa o Portal da Transparência nos Recursos Públicos Federais, órgão vinculado à Controladoria-Geral da União (CGU), da Presidência da República. Apesar de receber expressiva quantia de recursos o videomonitoramento não está normalizado na cidade.

De acordo com o levantamento feito pela reportagem, o montante está divido em três empenhos de valores distintos. Datados de 29/05/2012 (04674, 04675 e 04676), relativos ao processo G00036/2012, estão em nome do fornecedor Stocktotal Telecomunicações Ltda, nos valores de R$ 38.106,00, R$ 57.891,60 e R$ 521,024, 40, respectivamente. Embora o processo licitatório tenha sido na modalidade de pregão, a YBR Sistemas de Segurança Eletrônica Ltda-ME, antigo fornecedor, não venceu desta vez.

As informações do portal relacionam os trâmites ao Convênio 763229/11, e os valores citados são para a aquisição de programa de computador para o Videomonitoramento da SDS. É o segundo software adquirido pela secretaria para esta finalidade. Conforme divulgado pelo Jornal na Net, a implantação do sistema de segurança em Taboão da Serra custou aos cofres públicos federais R$ 882.947,19 mil (reveja aqui).

O recurso fora repassado pelo Ministério da Justiça para implantar o sistema de segurança, bem como para a aquisição de equipamentos e mobiliário para instalação física do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), visando à prevenção da violência crescente na cidade. Denúncias de agentes da corporação e relatos de munícipes indicavam que o sistema de segurança não funcionava como deveria.

Investigação

À época, a repercussão fora tamanha, que culminou na investigação do caso pela Comissão de Segurança da Câmara Municipal de Taboão da Serra (relembre aqui).  Em evento posterior, as partes citadas foram convidadas a dar explicações a respeito, sendo ouvidos o ex-secretário de segurança Salvador Grisafi, e o proprietário da empresa YBR Sistemas de Segurança Eletrônica Ltda-ME, Youssef Bem Riman.

“Desconheço a ocorrência de fraude na implantação do sistema de monitoramento na cidade. Fizemos tudo como manda a lei e deixamos funcionando, mas o prefeito se recusou a fazer um contrato de manutenção. Esses equipamentos são sensíveis e a maioria quebrou devido à falta de manutenção”, afirmou Grisafi no evento.

 Durante a reunião, o presidente da Comissão, Olívio Nóbrega (PR) reiterou a necessidade de se apurar a denúncias. “Estamos iniciando um trabalho e seria prematuro atribuir responsabilidade sobre os fatos. Mas é inegável que a responsabilidade pelos atos do Executivo é do prefeito Evilásio Farias”, apontou , acrescentando que a apuração continuaria.

No mesmo encontro com a Comissão de Segurança realizado no princípio de maio (aqui), após discussões sobre a polêmica do suposto sucateamento do sistema de monitoramento na cidade, o atual secretário de segurança, Coronel Silas Santana garantiu aos participantes que em dois meses as câmeras de monitoramento voltariam a funcionar normalmente. O prazo terminou no último dia 27, mas até o momento os equipamentos ainda não operam normalmente.

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