O amor usa os recursos que tem!

Por Sandra Pereira | 12/06/2012

Num pote. Usando a desculpa de buscar água no açude. Foi assim que Divaci, 59 anos, levou as coisas pessoais durante a fuga para os braços do seu amor em 1975, no interior de Alagoas. O casal apaixonado, impedido de casar pelo pai dela, contou com a ajuda de dois cumplices. Uma irmã ajudou a construir o plano e outra operacionalizou a fuga com ares de filme romântico. 

Passados 37 anos e com cinco filhos criados o casal protagoniza bem a plenitude das histórias de amor espalhadas mundo afora nesse Dia dos Namorados.

Os dois casaram quatro dias depois da fuga cinematográfica, sem a presença da família da noiva. O pedido oficial de casamento foi feito um ano antes.  Mas o pai dela recusou. Marcou uma data distante acreditando que assim afastaria o indesejado genro. Somente quatro meses depois de casados eles voltaram à casa dos pais da noiva. 

O cenário para o romance não poderia ser mais inusitado. Cravado no sertão do interior de Alagoas. Num pequeno povoado chamado Lagoa do Curral. O casal se viu a primeira vez em Igaci, cidade do interior alagoano. 

“Quando a vi pela primeira vez numa festa passei perto dela e senti uma coisa diferente. Eu ia toda terça-feira na rua para vê-la. Ficava sem dormir”, conta Daniel.

Com aflição peculiar aos corações envolvidos pelo amor os dois oscilavam entre certezas e dúvidas. Será que vai acontecer? Vai dar certo?  “Não foi fácil. Passei muito tempo para conseguir ficar com ela. Não é como hoje que as pessoas ficam juntas tão rápido e também se separam com a mesma velocidade”, compara.

As datas dos encontros de ambos estão até hoje na memória dos dois. Ela ainda lembra as palavras que usou para descrevê-lo a uma amiga. “Até aquele dia nunca tinha sentido uma coisa assim. Quando eu olhei pra ele meu coração bateu de um jeito diferente”, lembra.

E como não há método eficaz para segurar correnteza rio abaixo o amor prevalece. Em algum momento do percurso pode ser suave como o rio manso.  Em outro pode ser selvagem como enchente. Mas amor que é verdadeiro sobrevive. Fica ali quieto esperando a hora até brotar cada vez maior.

É assim desde os primórdios da humanidade. O amor utiliza os recursos de que dispõe para prevalecer e apressar os batimentos dos corações que aprisiona. O amor encontra seu próprio rumo, define seus caminhos, encontra os meios e se estabelece. Não há como deter corações apaixonados. Essa é a lição que a vida ensina a quem está disposto a aprender. Feliz Dia dos Namorados!


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