GCMs de Taboão da Serra ameaçam cruzar os braços

Por Sandra Pereira | 7/12/2011

Se o prefeito continuar inerte a solução é a guarda ficar inerte e aquartelar. A afirmação é do advogado,  Michel Silva Artes, defensor de vários guardas civis de Taboão da Serra, em resposta a falta de solução para as reivindicações apresentadas há vários meses pela Guarda Civil Municipal (GCM) da cidade. Na sessão desta terça-feira, 6, mais de 50 GCMs da cidade estiveram na Câmara para reivindicar a redução da carga horária, a sexta parte e o pagamento de gratificação de nível superior.

O movimento da categoria começou pequeno, sofreu retaliação  e cresce a cada sessão. Os GCMs estão mobilizados reivindicando a redução da carga horária de 192 para 160 horas, além do pagamento da sexta parte e gratificação de nível superior. As conquistas garantidas ao funcionalismo público foram retiradas da categoria após a aprovação do Estatuto da GCM. Agora, eles prometem cruzar os braços e ficar aquartelados caso o prefeito Evilásio Farias não atenda a categoria. Além disso, pretendem ingressar na Justiça pedindo a garantia de seus direitos.

Os vereadores ficaram reunidos mais de duas horas discutindo o impasse com a GCM. Do lado de fora do plenário a indignação da categoria foi traduzida por meio de um incômodo som de dezenas de apitos. Muitos estavam revoltados falando em greve e até propondo ações mais radicais. Mas, na prática, o impasse envolvendo a categoria permanece sem data para acabar.

“Vou por fogo na lenha para queimar mais. É possível atender as reivindicações. Está errada a perseguição contra a GCM. A Câmara é contra e não vamos compactuar com isso”, alfinetou o vereador Olívio Nóbrega, disparando que como presidente da Comissão de Segurança da Câmara pode convocar o tenente-coronel da reserva Silas Santana, novo secretário de segurança para responder aos questionamentos. A convocação foi agendada para sexta-feira. “A Guarda não pode ser joguete de ninguém”, acusou.

O vereador Wagner Eckstein informou na sessão o resultado da reunião entre os vereadores e o prefeito Evilásio Farias, quando o chefe do Executivo orientou que a questão seja reportada ao secretário de segurança. Ele pediu moderação aos GCMs e avaliou que é preciso retomar o diálogo. “O Estatuto deveria ter respeitado as conquistas da GCM. Agora cabe ao prefeito se posicionar”, avaliou.

Taboão da Serra tem 160 integrantes. O salário base da categoria é de R$ 1.200,00. O maior salário pago aos GCMs é inferior a R$ 2.000,00. A Guarda Civil Municipal é responsável pela preservação do patrimônio público da cidade. Na última semana o advogado da categoria obteve Habeas Corpus que permite aos GCMs portar arma de fogo fora do horário de trabalho. 

Sessão Extraordinária e Audiência Pública


Na quinta-feira, a partir das 10 horas, a Câmara Municipal realiza sessão extraordinária para apreciar o Orçamento Municipal de 2012 em primeira votação. 

Também será realizada audiência pública para debater a criação de uma taxa para os comércios e industrias da cidade, visando garantir a construção do Corpo de Bombeiros em Taboão da Serra. A discussão acontece no plenário da Câmara, na sexta-feira, a partir das 10 horas.
 Segundo o vereador Ronaldo Onishi há interesse do Corpo de Bombeiros de se instalar na cidade até o final do ano. Ele anunciou que a ideia é garantir que a Corporação seja instalada num galpão da cidade.

“A política do comando da Polícia Militar diz que o Corpo de Bombeiros só se instala hoje se  houver a aprovação dessa taxa. O projeto ainda não passou pelas comissões da Casa. Se houver consenso pode ser feita uma audiência conjunta. A criação da taxa tem que acontecer ainda esse ano. Serão 30 homens do Corpo de Bombeiros na cidade”, observou Ronaldo Onishi salientando a importância da coorporação que além de combater os incêndios ajuda a salvar vidas.

Nos últimos Taboão da Serra registrou vários incêndios de grande porte. Num dos mais graves uma família inteira do Jardim Panorama morreu carbonizada. Como as viaturas do Corpo de Bombeiros que atendem a cidade vêm de Itapecerica da Serra, ou Barueri, o tempo de espera pelo socorro normalmente é grande, o que aumenta ainda mais a gravidade dos incêndios.

Feriado municipal


O monsenhor Aguinaldo esteve na sessão para acompanhar a votação do projeto que cria o feriado municipal de Santa Terezinha, mas a presença dele não garantiu a apreciação do projeto. O projeto volta a pauta na próxima sessão. A votação não ocorreu por falta de acordo entre os vereadores. O vereador Olívio Nóbrega acabou travando inclusive a votação dos projetos da pauta.

Os fiéis do santuário de Santa Terezinha que foram acompanhar a votação do projeto criando o feriado municipal saíram do plenário decepcionados tanto com a demora da sessão, que se estendeu até depois das 23 horas, quanto com a recusa dos vereadores de aprovar o feriado.

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