HSBC usa violência contra direito de greve

Por Outro autor | 14/10/2011

Numa atitude de total desrespeito ao direito de greve e à organização pacífica dos trabalhadores, o HSBC usou de violência e até mesmo força policial para obrigar a entrada dos bancários no prédio administrativo do Casp.

Os cerca de mil bancários que trabalham na concentração, onde funciona a área administrativa da instituição, aderiram à greve e ficaram do lado de fora do prédio durante quase toda a manhã. Mas por volta das 11h, advogados e seguranças do banco, sem qualquer decisão judicial e auxiliados por policiais militares, retiraram as faixas do Sindicato afixadas no prédio e chegaram a levar o diretor da entidade e funcionário do HSBC Valdir Fernandes, o Tafarel, para a delegacia.

“Pelo menos quatro viaturas da PM foram ao local e os policiais retiraram as faixas. Ou seja, ao invés de estar nas ruas garantindo a segurança da população, a Polícia Militar do Estado foi usada para arrancar faixas de uma propriedade privada”, contou Tafarel, que chegou a sofrer ameaça de detenção, mas foi liberado.

Segundo Tafarel, após a truculência do banco, os trabalhadores foram pressionados a entrar no prédio. “Foi uma total falta de respeito”, comentou indignado.

A diretora do Sindicato e também funcionária do HSBC Liliane Fiuza contou que os bancários, que estavam do lado de fora, eram constantemente pressionados pelos gestores para que retornassem ao trabalho. “Eles (gestores) ligavam para os celulares dos bancários fazendo ameaças caso eles não entrassem no Casp. Os bancários não queriam entrar, mas estavam sendo pressionados.”

A dirigente ressaltou que a intransigência e prática antissindical do HSBC não surpreendem quem já está acostumado a lidar com o banco. “O HSBC mais uma vez demonstrou sua atitude intransigente diante da organização dos trabalhadores. Esse não é um caso isolado.”

Nova proposta tem aumento real, valorização do piso e da PLR

Bancos também não descontarão dias parados que deverão ser compensados até 15 de dezembro
São Paulo - No dia em que a greve dos bancários atingiu o maior pico de paralisação do movimento nos últimos anos – mais de 42 mil trabalhadores – a federação dos bancos apresentou nova proposta ao Comando Nacional da categoria.

Aumento real – Em negociação que tomou todo essa sexta-feira 14, os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 9%, que representa aumento real de 1,5%, válido também para demais verbas, como tíquetes e auxílios.

PLR maior – A regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.400. Assim, essa parte fixa, que em 2010 foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%.

A regra determina, ainda, que devem ser distribuídos no mínimo 5% lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.

Aumento no valor adicional – Pela proposta, o teto do valor adicional da PLR -que distribui 2% do lucro líquido – passaria de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de 16,66% em relação ao que foi pago em 2010.

Piso – O reajuste proposto para o piso foi de 12%, aumento real de 4,30%. No caso do escriturário, passaria de R$ 1.250 para R$ 1.400.

Dias parados – O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não serão descontados dos trabalhadores os dias em greve. Pela proposta da Fenaban, haverá compensação desses dias no máximo até 15 de dezembro.

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