Polícia Civil diz que prefeito de Taboão pode ser preso

Por Sandra Pereira | 23/08/2011

Uma verdadeira avalanche de revelações marcou a oitiva do delegado Raul Godoy e dos investigadores Ivan Jerônimo da Silva e Ronaldo Marques, nesta segunda-feira, 21, na Comissão Especial de Inquérito (CEI). Eles revelaram que ao todo 20 inquéritos policiais estão em andamento contra a prefeitura de Taboão da Serra. O delegado afirmou que tecnicamente o prefeito Evilásio Farias pode ser preso. Segundo ele, falta somente o momento certo. O delegado disse que outros dois vereadores estão sendo investigados.

“Depois de todas as provas colhidas é impossível dizer que o prefeito não sabia do que está ocorrendo. Levando em consideração a gravidade dos fatos, tecnicamente, existe a possibilidade de prisão do prefeito”, sustentou o delegado Raul Godoy ao ser questionado por Paulo Félix.

Várias perguntas feitas pelos vereadores foram respondidas em sigilo pelos policiais. Essas informações referem-se há várias investigações em andamento.

O delegado Raul Godoy foi o primeiro a falar na oitiva da cúpula da Polícia Civil de Taboão da Serra, que foi chamada de audiência pública, nesta segunda-feira, na Câmara de Taboão da Serra. Ele disse que a investigação começou depois que o delegado seccional, Erasmo Pedroso, avocou o inquérito do 1º Distrito Policial da cidade, depois da prisão de Márcio Renato Carra, preso em flagrante fazendo baixa de imposto. O delegado lembrou que a investigação atinge toda a arrecadação de tributos da prefeitura de Taboão.

Logo em seguida, o investigador Ivan Jerônimo da Silva falou sobre a dívida ativa e a outorga onerosa. O investigador falou que Taboão deveria aplicar legislação para aumentar a outorga onerosa e não dar desconto como aconteceu na cidade.

“Nos documentos que analisamos encontramos várias distorções. No nosso entendimento saíram beneficiados os empreendimentos que entraram com pedido no período de vigência da lei que foi bem curta”, adianta.

Paulo questionou a Raul Godoy se administração municipal cooperou com as investigações. O delegado respondeu que de início todos os pedidos feitos à prefeitura foram atendidos, mas quando a administração começou a ser envolvida foi “diminuindo o atendimento na velocidade e na presteza”, relatou.

Ivan confirmou ter tido dois encontros com o prefeito. “No primeiro momento ele teve comportamento exemplar, me deu informações direcionadas a Carlos Andrade. No segundo encontro citei que as fraudes se estendiam a outros camaristas, inclusive o vereador Arnaldo. O prefeito disse que se eu prendesse os 13 vereadores estaria fazendo um favor à cidade. Depois disso não tive mais contato com o prefeito”, contou.

Ivan disse que os valores da fraude na dívida ativa estão sendo descarregados aos poucos no sistema, ou seja, novos valores alvo de baixas indevidas estão sendo incluídos na contabilidade da dívida ativa aos poucos.

“A baixa manual é um atrativo para a corrupção e a nosso ver ela foi incentivada”, afirmou.

O investigador garantiu não duvidar que a fraude na arrecadação de tributos da prefeitura acontece há vários anos.

Etama


O vereador Paulo Félix entregou aos integrantes da polícia civil  documentos comprovando que somente em março de 2011 a empresa Etama recebeu mais de 5 milhões da prefeitura de Taboão. O último pagamento foi feito em 25 de março.

O vereador propôs ida da comissão à Brasília para investigar repasses do PAC para Taboão já que Etama foi paga com recursos do governo federal.

Comunicação


Sobre a secretaria de comunicação os policiais informaram que  há uma investigação em curso sobre a  licitação que favoreceu empresa Aldo Publicidade, com nome fantasia Mondiale, onde ela foi a única participante.

Shopping Taboão

O vereador Valdevan Noventa relatou aos integrantes da Polícia Civil que ter recebido informações de que o Shopping Taboão fez baixa indevida de IPTU. Ele pediu que a denúncia seja investigada pela polícia.


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