CEI contra João Miranda vai funcionar no recesso

Por Sandra Pereira | 30/06/2011

A última sessão antes do recesso da câmara municipal de Itapecerica da Serra foi atípica e tensa. Os vereadores aprovaram por unanimidade o requerimento pedindo a instauração de Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar as denúncias contidas na gravação de uma conversa entre o vereador João Miranda (PSB) e um ex-assessor Vitor Rangel. 

O vereador José Martins (PMDB), um dos integrantes da CEI, avisou de tribuna que não vai ser corporativista e fará o que for preciso para obter a verdade sobre os fatos. “Vamos fazer uma CEI justa e ativa em busca da verdade. Meu compromisso é com a verdade e não com corporativismo”, sugeriu.

João Miranda, alvo da investigação, se declarou inocente pediu a apuração da verdade e se desculpou com os vereadores citados por ele na gravação. O vereador passou a sessão inteira tenso e chegou a criticar a imprensa pela divulgação dos fatos. João Miranda alegou que a gravação que vem sendo distribuída na cidade é fruto de uma montagem e disse que o seu nome foi jogado na lama.

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João Miranda disse que é inocente e pediu investigação do caso 

A CEI vai se reunir no recesso e iniciar os trabalhos. O prazo para as conclusões dos trabalhos é de 45 dias. As informações iniciais indicam que a comissão será presidida por José Martins e terá a participação de Regina Corsini (PSDB) e Paulinho PM (PMDB).


Todos os vereadores citados por João Miranda na gravação que fala sobre o funcionamento do esquema dos bota-foras na cidade pediram a apuração do caso e a punição dos reais culpados. Tonho Paraíba alegou que desde o primeiro mandato combate os bota-fora e já chegou apresentar vários requerimentos cobrando providencias contra o crime. 

“Sempre fui contra isso não sei como o meu nome pode aparecer assim. Tem que investigar mesmo e punir quem for culpado. Esse é o meu desejo”, afirmou.

Já os vereadores José Hélio e Chuvisco negaram envolvimento com o crime e disseram que sempre combateram o crime ambiental e os botas-fora. Ambos se mostraram surpresos de ter o nome envolvido no esquema e disseram que a investigação mostrará que são inocentes.
Chuvisco chegou a declarar que nenhum vereador da cidade está envolvido no esquema dos botas-fora. “É injusto. O vereador José Maria, por exemplo, sempre combateu os entulho”, disse.

Jonas Feijó e José Maria são citados na gravação. Jonas é apontado como desafeto de João Miranda e Vitor Rangel usou o nome dele numa tentativa de buscar uma reaproximação com o ex-patrão de quem estava distanciado. “Quem ouve a gravação percebe que o Vitor cita o meu nome para tentar se reaproximar do João Miranda. Ele admite isso no final, estou tranquilo não tenho nada com essa história”, afirma Jonas Feijó. “O Vitor me detestava porque sempre cobrei melhorias na minha região”, completou.

Já José Maria é citado pelas críticas constantes que faz na tribuna da câmara aos botas-fora e por ser contrário a indicação de Vitor Rangel para administrar a Regional do Jacira, de onde ele foi afastado após o flagrante de crime ambiental. Num determinado momento Vitor Rangel chega a ironizar “porque José Maria não critica isso já é contra os botas-fora?”. José Maria pediu a investigação do fato com seriedade e disse que continuará firme na luta contra os botas-fora.

“Itapecerica é uma está localizada numa área de 100% de preservação de manancial é preciso valorizar a cuidar da riqueza ambiental da cidade”, observou.

Assista aqui o pedido de desculpas de João Miranda na tribuna da câmara de Itapecerica da Serra.

http://www.youtube.com/watch?v=vSurFWGm06o


Polêmica sobre funerária

Os vereadores José Maria e Clóvis Pinto criticaram duramente um projeto de Lei enviado a câmara proibindo a instalação de funerárias na rua do Hospital Geral de Itapecerica (HGIS) sob o argumento de que as funerárias no local constrangem os familiares dos pacientes. Ambos afirmaram que o projeto é injusto uma vez que não trata da funerária que já existe no local.

“O projeto atropelou a comissão de Justiça e Redação não chegou a tempo de ser discutido. Além disso beneficia a funerária que já existe lá. Para mim isso não é democracia”, disparou José Maria. 

Já Clóvis Pinto alegou constrangimento e disse que havia algo estranho no ar, aparentemente uma tentativa de beneficiar a funerária existente na rua do HGIS.

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