Fim da falta d’água em Embu é anunciado

Por Outro autor | 9/02/2011

Vereadores de Embu cobraram solução definitiva para a falta d’água prolongada no município ao reunir representantes da Sabesp e também da AES Eletropaulo nesta segunda-feira, dia 7, na Sala das Comissões da Câmara Municipal. A reunião foi anunciada na primeira sessão da Casa no ano, na quarta-feira passada, 2 de fevereiro, após cerca de 300 moradores de pelo menos 11 bairros afetados pela crônica interrupção do abastecimento lotarem o plenário do Legislativo e exigirem o fim do problema.
 
Na sessão, o gerente regional da Sabesp, Meunim de Oliveira, alegou que a constante falta d’água em Embu tinha como principal causa a frequente suspensão da distribuição de energia ocorrida durante janeiro “atípico” – com grande volume de chuva e incidência de raios –, ao explicar que sem eletricidade não é possível bombear água das represas que abastecem o município. O presidente da Câmara, Silvino Bomfim (PT), resolveu chamar a Eletropaulo para a reunião para solucionar os cortes no fornecimento.
 
O vereador Carlos Pires (PDT) disse aguardar “resposta com prazo” para apresentar aos
moradores que voltariam à Câmara na próxima sessão para saber das providências tomadas. A vereadora Ná (PT) declarou que a população já está “saturada com jogo de empurra” sobre a falha no abastecimento ser responsabilidade da Sabesp, Eletropaulo ou ainda da prefeitura. Silvino frisou que o “transtorno para a vida das pessoas” chegou à “caixa de ressonância” da sociedade – Legislativo – e “tem de ser resolvido”.
 
O vereador Júlio Campanha (PTB) falou em verificar cláusula nos contratos de prestação de serviço que prevê “sanções” e defendeu entrar na Justiça caso as empresas não garantam o “direito” dos cidadãos de ter água. O vice-presidente da Casa, Zé Carlos Proença (PSDB), pediu ao grupo de técnicos “sair daqui com uma solução”. Os vereadores Didi (PT) e Dra. Bete (PDT) frisaram que o problema já estava claro e esperavam resposta satisfatória da Eletropaulo, sobre as “sucessivas quedas de energia”.
 
O sistema de água que abastece Embu ficou cerca de 1/3 de janeiro sem energia por mais de 20 horas, sendo que só a estação de tratamento do Alto Cotia sofreu 17 horas de interrupção, das quais 10 horas no dia 14, relatou o gerente de engenharia de operações da Sabesp, Agostinho Gerardes. “O efeito foi drástico, prejudicou sumariamente o abastecimento em Embu”, declarou. O engenheiro admitiu que é preciso “melhorar muito” a relação Sabesp-Eletropaulo para sanar falhas de fornecimento no município.
 
Queda de 30 postes e queima de 35 transformadores motivaram as quedas de energia, argumentou o coordenador operacional da Eletropaulo, Rômulo Moreira, que mostrou fotos das ocorrências. “Não queremos nos eximir de responsabilidades, mas janeiro foi muito atípico em chuva. A queda de árvores e o balanço de rede, devido a vento muito forte, comprometeram sensivelmente o nosso atendimento”, disse o gestor de clientes do poder público, Marco Takao, que falou, porém, em normalização do fornecimento.
 
Sem novos cortes de energia, o gerente regional da Sabesp disse que Embu não enfrenta mais falta d’água. “A intermitência generalizada está resolvida desde sábado, como previsto”, afirmou Meunim Oliveira, que dissera na sessão que o fornecimento seria restabelecido em 48 horas. Ele admitiu, porém, que pontos altos podem ainda não ter abastecimento pleno, mas garantiu que estão sendo atendidos com caminhões-pipa, com exceção do loteamento Servidão, no Jardim Vista Alegre, por ser área não regularizada.
 
Mesmo que cessadas as quedas na rede elétrica, a Eletropaulo recomendou que a Sabesp disponha de gerador. “Se caírem de novo três postes derrubados por árvores, pode ficar 7 horas sem energia”, avisou Moreira. O gerente das estações de tratamento da água, Márcio Savoia, disse que equipamento capaz de suprir a demanda da rede inexiste ou é inviável pelo custo e sugeriu a transformação da rede aérea em subterrânea em regiões sujeitas a ocorrências naturais. Takao descartou a mudança, a princípio, por ser “cara”.
 
“Nenhuma das empresas quer investir, esse é o problema”, avaliou ao deixar a reunião o vereador João Leite (PT), que ao cobrar fornecimento sem interrupções acusou ser alto o valor cobrado pela energia elétrica e questionou a posição de representante da Eletropaulo que teria sugerido falta de pessoal para melhor atender Embu. Ouviu como resposta que abordava o problema de forma “simplista”. “Não venha aqui me dizer que estou sendo simplista, o senhor me respeite”, disse Leite, em início de discussão ríspido.
 
Os parlamentares reclamaram de outros diversos problemas em serviços que competem às duas empresas, como abertura de buracos em via sem reposição de asfalto original, falta de manutenção contra vazamentos, demora em ligações de água e poda de árvores sob fios, instalação de postes na porta das casas. Sabesp e Eletropaulo prometeram atender os casos pendentes. Participaram ainda da reunião os vereadores Gilvan da Saú-de (PPS) e Arthur Almeida (PSDB) e o secretário de Governo de Embu, Paulo Giannini.
 
(Adilson Oliveira - Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Embu)

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