Demolição de casas em área de risco em Embu das Artes

Por Sandra Pereira | 3/02/2011

A prefeitura de Embu das Artes demoliu nesta quarta-feira mais de 15 casas localizadas nas imediações da rua Panorama, na divisa entre Embu das Artes e São Paulo, no local onde houve deslizamento de terra e até mortes no dia 11 de janeiro. As residências foram interditadas pela Defesa Civil da cidade após a tragédia.

A maioria das famílias retiradas do local foi encaminhada para o Ginásio Municipal do Dom José, de onde estão saindo para residências alugadas com a ajuda da prefeitura por meio do bolsa aluguel.
Janeiro de 2011 foi considerado o mês mais chuvoso da história segundo os técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que monitora desde 1943 a ocorrênciade chuvas em São Paulo. O mês deixou marcas em todas as cidades da região. Foram registradas enchentes, alagamentos, deslizamentos, mortes e desabrigados.

O pouco que restou aos sobreviventes do local foi levado para o ginásio onde cada família tenta se organizar em espaços separados por cobertor ou lona. Ao todo 81 pessoas estão vivendo no local. A cada novo dia depois de dormir pouco eles aguardam cheios de expectativa a oportunidade de voltar a ter um lugar para chamar de seu.

A fim de ajudar os moradores a realizar esse desejo a prefeitura está oferecendo a cada um a quantia de R$ 300,00 para o pagamento de aluguel. Mas a dificuldade para encontrar imóvel está impedindo que as famílias marcadas pelo medo da chuva voltem a ter um lar.

“Às vezes dá um desânimo. Uma tristeza grande, porque quando eu penso no que vai ser da minha vida não sei o que fazer”, desabafa a doméstica Maria Alves de Assunção.

Ela reclama das dificuldades de viver no ginásio e da rotina criada numa tentativa de organizar melhor o local“. A gente não tem nada e o pouco que tem divide”, afirma ela, com o olhar vago observando o colchão onde dorme com os filhos. “Se eu comprasse uma casa só ia levar o colchão que foi a única coisa que restou. É assim que estamos vivendo”, completa resignada.

A funcionária do CRAS Dom José Juliana Maria da Conceição é uma das responsáveis pelo atendimento das famílias abrigadas no ginásio. Ela conta que a prefeitura está fazendo o que é possível para atender a todos com presteza.

Entretanto, admite que a tarefa não é fácil já que além de providenciar alimentação e tentar atender às necessidades é preciso lidar com a fragilidade emocional e o estresse provocado pela perda total de bens e vidas.

“A gente espera que eles consigam alugar as casas o mais rápido possível”, resume.

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