Mulher, negra e embuense, Irís Nogueira é a nova coordenadora de juventude do governo Márcio França

Por Outro autor | 4/10/2018

A jovem moradora de Embu das artes e militante da União da Juventude Brasileira (UJB) - organização que há mais de 13 anos se dedica à fomentar políticas públicas de juventude -, aos 26 anos, foi nomeada como coordenadora de juventude do governo Márcio França.
 
 
Com as mudanças conjunturais ocorridas no mundo a juventude passa por um momento decisivo na construção de uma nova sociedade com um papel fundamental em reafirmar sua identidade e conquistar um novo patamar na política.
 
“O desafio do entendimento ao jovem sobre seu papel social e político é uma tarefa difícil, porém estas dificuldades são elementos motores de continuidade do nosso projeto, seguir por esse caminho requer dedicação, disciplina e a cima de tudo paixão. Passamos por importantes momentos de ressignificação de alguns espaços e entendemos e aceitamos um importante desafio, um novo projeto e um novo caminho para nossa militância, nossas vidas e especialmente para nossos sonhos,” disse a diretoria da UJB em nota oficial.
 
Para a organização “as juventudes são plurais, e para atingirmos as mudanças necessárias é preciso que jovens mulheres, negros LGBTQI+, pessoas com deficiência, indígenas, agentes das cidades e dos campos, gestores, conselheiros de juventude, e toda a diversidade existente em nosso País esteja representada”, a UJB afirma ainda que irão fazer uma gestão democrática, participativa e progressista.
 
Em entrevista exclusiva à reportagem d’O Furão, Iris que mora no bairro Jardim Nossa Senhora de Fátima, em Embu das Artes desde que nasceu, contou um pouco sobre as expectativas e desafios que esta nova responsabilidade irá trazer pessoal e profissionalmente.
 
“Assumir a coordenadoria de juventude é algo extremamente desafiador por vários aspectos, principalmente por ser mulher e negra, jovem e periférica. Todos sabemos que vivemos em um país onde reina o patriarcado e onde o racismo existe de forma estrutural, e eu tenho ciência de que estes sejam motivos suficientes para que eu encontre muitos desafios na minha jornada, mas também tenho certeza que este desafios me darão a cada dia mais animo para lutar”, contou a jovem que é formada em publicidade e propaganda.
 
Ela conta ainda que seu “principal intuito é dialogar com todas as juventudes. Quero que este espaço sela ocupado pela juventude, e o meu slogan é existir e resistir. Por ser mulher, negra, jovem e por nascer em um país onde tudo que eu sou são fatores para eu estar morta”.
 
Em relação a como vai conduzir os trabalhos na coordenadoria, Iris explica que terá como base o diálogo. “A minha expectativa é que de fato a juventude seja ouvida, seja representada, que tenhamos de fato representatividade. Quero conseguir representar uma minoria, que na verdade é maioria. Quero que o jovem negro da periferia olhe para mim e veja que é possível. Quero ser referência para a criança negra que só vê como referência uma empregada doméstica, um motorista, ou um bandido e não se vê em um espaço de poder. O diálogo é a base de tudo, e este vai ser o modo como conduzirei a coordenadoria. Diálogo! Vou ouvir o jovem, o gestor, os movimentos sociais, e principalmente quem não tem voz, pois ouvir é o melhor modo de construir”.
 
 
 
 

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