Juíza atacada por agressor no Fórum do Butantã virá a Taboão nos 12 anos da Lei Maria da Penha

Por Sandra Pereira | 5/08/2018

A juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica Fórum Regional do Butantã, que em 2016 foi feita refém por um réu que ameaçou incendiá-la virá a Taboão da Serra na terça-feira, 7, ministrar palestra sobre o Poder Judiciário e a aplicação da Lei Maria da Penha. A palestra vai acontecer na sede da OAB de Taboão, a partir das 19 horas, em comemoração ao aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha. Os interessados em participar da palestra devem levar um quilo de alimento não perecível.

A magistrada Tatiane Moreira Lima julgava um processo de violência doméstica quando passou a ser alvo do agressor. Ele exigiu que ela gravasse um vídeo no celular dizendo que ele era inocente das acusações de bater na ex-mulher. O homem, culpava equivocadamente  a juíza por ter tirado dele a guarda do filho.

“Não tenho sentimento de rancor ou raiva. O que percebi foi que eu estava sendo vítima como as mulheres que vêm todos os dias nas audiências”, afirmou a juíza na época logo depois da agressão.

Após a absurda agressão que sofreu de um homem já acusado de agressão pela ex-mulher transformou a magistrada em ativista contra a violência. Agora, ela ministra palestra e participa de atividades de conscientização e contra a violência. Se tornou símbolo e voz de centenas mulheres vítimas desse tipo de crime.

A presença da juíza em Taboão da Serra, no evento promovido pela OAB fortalece as comemorações do aniversário da Lei Maria da Penha, criada com o  objetivo de proteger as mulheres de abusos e agressões.

Ativistas e militantes de defesa das mulheres e pela igualdade de direitos garantem que a Lei Maria da Penha representa um marco no combate a violência contra a mulher no Brasil, principalmente por compreender tão bem a realidade da violência doméstica, que não se resume à agressões físicas, mas abarca também as violências psicológicas, patrimoniais e morais, que podem deixar nas mulheres que as sofrem marcas tão dolorosas e profundas quanto as da agressão física.

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