Moradores apresentam demandas em audiência pública de saúde em Taboão

Por Outro autor | 29/02/2016

Distante dos anseios seja da situação, que defende o governo, ou da oposição, que ataca o governo, os moradores de Taboão da Serra apresentaram suas demandas, queixas e reivindicações sobre a saúde, na audiência pública ocorrida na sexta-feira, 26. O drama de quem sente na pele problemas como mau atendimento, demora na marcação de consultas, falta de remédios, ou descaso de profissionais foi debatido no plenário da Câmara. No final dos trabalhos o embate entre vereadores da situação e oposição não agradou aos presentes.

O morador José Zeferino Bezerra da Silva comoveu todos os presentes quando relatou a forma como perdeu o movimento de uma das pernas.

 “Não sou de partido nenhum. Respeito todos e hoje estou aqui para reivindicar a minha saúde. Perdi o movimento da perna depois do médico me falar que eu não tinha nada. No dia 29 de janeiro eu cai na rua. Fiz uma aplicação na perna porque meus amigos pagaram. Se não fosse isso eu tinha morrido. Agora minha perna não se mexe mais. Estou com todos os exames prontos e não mostrei ainda ao médico porque não abriu agenda. Isso não tá certo minha gente. Eu sou trabalhador e não posso mais fazer nada por causa da minha perna. Se tiver um cidadão que possa me ajudar peço que veja meus exames. Eu preciso trabalhar tenho conta pra pagar. Isso é revoltante. Não quero saber de política só quero ter a minha saúde”, desabafou.

A secretária de Saúde, Raquel Zaicaner, abriu a audiência apresentando dados que comprovam investimento de 34% do orçamento da cidade na saúde.  Ela falou das ações, mostrou dados, explicou as dificuldades e alertou todos para o  desafio de combater a dengue. Após ouvir o apelo do seu José ela determinou que sua equipe tomasse providências. A secretária também determinou que os pedidos de outros moradores fossem atendidos.

Aos jornalistas a secretária informou que os prontos socorros da prefeitura não vão mais utilizar Benzetacil, já que o medicamento não será mais fabricado.

A presidente da comissão de saúde, Joice Silva, avaliou que a audiência foi positiva e propôs a todos um pacto pela saúde. Para ela, apesar das críticas feitas à saúde a ação foi positiva já que os moradores participaram e os problemas apresentados serão sanados. 

Os vereadores Eduardo Nóbrega, Eduardo Lopes, Cido da Yarfama e Ronaldo Onishi acompanharam os trabalhos. A oposição foi criticada por não participar da audiência, exceto a vereadora Luzia Aprígio que assistiu toda a audiência. O líder de governo, Eduardo Nóbrega, disse que “os vereadores da oposição saíram pequenos o debate” e não terão mais o direito de discutir saúde na tribuna já que fugiram da audiência que é o fórum específico para essa questão.

“A oposição não é séria, com exceção da vereadora Luzia Aprígio que está aqui. Cadê o vereador Moreira que toda terça crítica a saúde e não está aqui para fazer suas críticas. Cadê o vereador Lune que arrebenta a saúde na tribuna e não vem na audiência pra falar? O que a oposição fez hoje não é correto. Não tiveram coragem de cobrar na frente do secretário e do Dr. Jorge Salomão. A oposição sai daqui muito pequena em relação a assunto saúde”, disparou Eduardo Nóbrega.

Após ser criticado pelo líder do governo, o vereador Professor Moreira esteve na câmara e tentou usar o microfone, no momento em que a presidente da Comissão de saúde vereadora Joice Silva havia aberto a palavra para a população. A presidente e o líder de governo não aceitaram que Moreira fizesse uso da tribuna e  a audiência foi encerrada. Os vereadores só retornaram ao plenário após a saída de Moreira.

“O vereador Moreira não respeitou o regimento das comissões e por causa disso fui obrigada a suspender a audiência”, disse a vereadora Joice Silva. 

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