Dengue: sintomas e cuidados gerais

Por Outro autor | 8/03/2015

 O que é dengue?

A dengue é uma enfermidade causada por um arbovírus que pode hospedar-se no homem e que tem quatro tipos imunológicos, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, os quais podem produzir viremias (derramamentos de vírus no sangue) de cerca de 7 dias de duração. A infecção por cada um desses vírus confere imunidade total e permanente para o mesmo tipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

A dengue parece ter sido trazida para as Américas com a colonização europeia, no final do século XVIII. Ela é a arbovirose mais comum entre os humanos, atingindo cerca de 100 milhões de pessoas/ano, no mundo.

Uma forma grave da doença é a dengue que produz hemorragias generalizadas pelo corpo. A forma hemorrágica apresenta taxa de mortalidade de até 10% dos acometidos, em pacientes hospitalizados.

Como se pega a dengue?

A transmissão da dengue se faz pela picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes aegypti, que se alimenta de sangue (o macho se alimenta apenas de seiva de plantas e, portanto, não transmite a doença). Durante seu período de vida, de cerca de 45 dias, uma única fêmea do mosquito pode contaminar algumas centenas de pessoas.

A dengue não se transmite por contato direto de uma pessoa a outra, nem por meio do uso comum de vasilhas e utensílios. A média anual da doença no Brasil é de cerca de 78 mil casos, com grandes variações de ano para ano e nas diferentes regiões do país.

Como se evita a dengue?

• Combate ao mosquito vetor, evitando acumular água em locais de desova. Embora as larvas dos insetos se desenvolvam na água parada e limpa, a fêmea deposita seus ovos nas paredes dos recipientes, aguardando a subida do nível da água para eclodirem.

• A borra de café aplicada nos locais de proliferação das larvas ajuda na aniquilação do mosquito.

• Uso de janelas teladas.

• Aplicação de repelentes.

• Uso de larvicidas e inseticidas, embora se tenha detectado resistência do mosquito a essas substâncias. Ainda não há vacinas disponíveis para a dengue, embora algumas tentativas estejam sendo feitas nesse sentido.

Quais são os sintomas da dengue?

Durante o período de incubação, de três a quinze dias após a picada, a pessoa é assintomática. Depois que o vírus se dissemina pelo sangue, os sintomas iniciais são inespecíficos, como febre alta de início súbito, mal-estar, falta de apetite, dores de cabeça, dores musculares e dores nos olhos.

No caso da dengue hemorrágica, após a febre baixar pode provocar sangramentos das gengivas e do nariz,hemorragias internas e coagulação do sangue no interior dos vasos, provocando enfartes potencialmente mortais. Pode ocorrer ainda hepatite, choque mortal, petéquias (manchas vermelhas na pele) e dores agudas nas costas. A forma hemorrágica pode ocorrer quando a pessoa, já imune a um determinado tipo da dengue, é infectada por um outro tipo diferente.

Qual o tratamento da dengue?

Ainda não há um tratamento específico para a dengue e o que deve-se adotar são cuidados gerais. O paciente deve manter-se em repouso e tomar muito líquido, evitando café, refrigerante e leite, pela possibilidade de irritarem o estômago.

Não existem medicamentos efetivos contra o vírus da dengue até o momento. A terapêutica é de reposição e sintomática, tendo por base uma hidratação oral abundante com soro oral e líquidos caseiros (chá, água de coco, sucos, etc) e a manutenção da alimentação. Além de repouso e o uso de medicamentos para aliviar as dores e a febre, sempre com a indicação de um médico.

Não podem ser usados remédios à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina e o AAS. Devem ser evitados os antiinflamatórios não hormonais e drogas com potencial hemorrágico. Os antitérmicos e analgésicos geralmente usados são a dipirona ou o paracetamol.

Segundo o Manual Técnico sobre Dengue do Ministério da Saúde, de 2007, podem ser usados analgésicos como a dipirona ou o paracetamol para alívio dos sintomas de dor ou febre na doença. Mas alguns médicos recomendam que o paracetamol não deve ser usado nestes pacientes, pois pode causar danos hepáticos graves.

Texto: Fábio Bonatti  

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