Vereadores “lavam roupa suja” após eleição da Câmara de Taboão

Por Sandra Pereira | 18/12/2014

Uma sessão para “lavar roupa suja”. Essa é a melhor descrição para a sessão realizada nesta quarta-feira, 17, na Câmara Municipal de Taboão da Serra onde foi apreciado  e aprovado Orçamento de 2015 – relembre aqui.

Num verdadeiro de clima de ressaca eleitoral os vereadores lavaram roupa suja no plenário e em reunião. As mágoas do processo de eleição interna foram debatidas em tribuna. Os discursos firmes, irônicos e carregados de recados.  A sessão de despedida de 2014 foi longa. Já se aproximava das 23 horas e parte dos vereadores e ainda estava elaborando emendas para apresentar ao Orçamento. O clima de lavanderia foi por água abaixo quando em tom conciliador o presidente eleito da Câmara, Cido da Yafarma, chamou os pares para voltar às atenções à apreciação do Orçamento.


Foi o vereador Luiz Lune quem iniciou a lavagem da roupa suja ao criticando a ruptura do acordo firmado entre o grupo dos 7, lançando indiretas ao vereador Moreira e criticando o fato do governo municipal ter sido chamado pelos vereadores para apaziguar o clima de racha que havia na Casa entre os 10 vereadores da base, fazendo cumprir regra estabelecida no começo do governo.

“Tomara que o inferno exista”, disse ao final da sua fala ao relembrar a traição.

Moreira subiu a tribuna e disse que não mando recado em rede social. Falou não ter traído ao grupo e nem seus princípios como havia dito na sessão anterior o vereador Marcos Paulo. Também disse que não era quinta coluna.

“Tenho coragem de falar na cara. Sempre disse que presidente não pode ser frouxo e nem capacho do prefeito. Só tenho que agradecer a todos que lembraram o meu nome para presidente. Nunca entrei no jogo, não fiz acordos e nem procurei ninguém. Não falo na imprensa. Acredito que Marcos Paulo estava num momento de comoção para falar em traição. Não trai ninguém”, alfinetou.

Marcos Paulo subiu de pronto para rebater Moreira e reafirmou que no processo antes da coletiva ele jamais teria dito que votaria em si mesmo, quando foi questionado. Ele voltou a repetir que Moreira traiu o grupo e reafirmou ter aberto mão de disputar a presidência para não prejudicar aos vereadores da base a quem liderava. Paulinho voltou a dizer que ficou feliz com a eleição de Cido da Yafarma.

Em um discurso marcado pela firmeza e rigidez o atual presidente da Câmara, Eduardo Nóbrega, não poupou os pares que utilizaram a palavra anteriormente. Tomado pelo tom vermelho que cora seu rosto com está nervoso o presidente bradou críticas e desaforos para todos os lados. Não poupou Marcos Paulo e nem Lune. Foi cordial com dona Luzia e disse que Moreira não merecia as críticas recebidas dos pares.

“Aqui falou tem que escutar. Fazem estratégia para ganhar a eleição e não respeitam estratégia do outro grupo,  ou aqui tem um  monte e retardado mental que não ia reagir”.

“O vereador Luiz Lune e sua assessoria sofrem com a derrota. A derrota dói e tem que sofrer mesmo. Mas a derrota ensina. Quando eu for derrotado vou sofrer. Essa é política. Quem não aguenta não se candidata. Não me venha com história de que o prefeito não pode participar da eleição. O Marcos Paulo foi grande quando retirou a candidatura dizendo que ia colocar o risco em a governabilidade. Mas esqueceu disso  quando começou o jogo se uniu a oposição e deu coletiva. Há 10 vereadores da base e 3 de oposição. Poderá logo mais termos 13 de situação”, pontuou. “ O prefeito participou de maneira correta do processo, como líder maior do grupo político e não como chefe do Executivo. Todos entenderam que para o grupo político do prefeito era fundamental  o acordo. O grupo recobrou a consciência. A família está reunida. Não há 7 na base há 10”, concluiu anunciando que o ano que vem a situação estará de um lado e a oposição de outro.

Comentários