Mais de 100 meninas de Taboão foram vítimas do Top 10, diz delegada da mulher

Por Sandra Pereira | 10/11/2014

A febre do Top 10, que se espalha em várias escolas de Taboão da Serra começou pela escola Edgar Francisco, localizada no Jardim Guaciara, e já fez ao menos 130 vítimas, segundo a delegada Aparecida Alves da Silva, titular da Delegacia de Direitos da Mulher. Segundo a delegada, no Edgar Francisco, onde o Top 10 começou a "brincadeira" acabou virando pesadelo tanto para os autores dos vídeos quanto as vítimas deles. Leia mais aqui  e aqui.

Os autores dos vídeos no Edgard Francisco foram descobertos sofreram ameaças e deixaram de ir a escola. Além disso, vão responder a um procedimento na Vara da Infância e Juventude. As meninas sofrem o constrangimento das injúrias e calúnias e algumas se recusam a voltar para a escola.

Segundo a delegada, do Edgar Francisco o Top 10 chegou a várias escolas e até bairros. Em algumas escolas os autores já foram descobertos e agora lidam com a fúria dos familiares das meninas que aparecem nas imagens. Um dos autores procurou a Delegacia junto com a mãe para denunciar que está sofrendo ameaças dos famíliares das meninas que aparecem no Top 10 feito por ele.

"Estamos investigando todos os casos. Alguns deles já sabemos quem são e os outros estão sendo investigados. É um ato infracional de difamação. Os garotos vão responder a procedimento onde o juiz e promotor da infância vão fixar medidas sócioeducativas. 

O Top 10 é  nova modalidade de crime praticada contra adolescentes e está ocorrendo em várias escolas públicas e particulares. O crime acontece na internet. Fotos das estudantes são tiradas do perfil delas no Facebook e utilizadas em montagens com cunho sexual. Os vídeos são espalhados entre os estudantes das escolas e das imediações por meio do Whatsapp, com o título de top 10. Para conter esse tipo de crime as escolas estão se organizando para realizar um trabalho de conscientização com os jovens.

"Conversei com os diretores das escolas para fazer uma campanha de conscientização. Os meninos que fazem os vídeos acham que não é nada demais. Mais isso é muito sério. Tem casos de meninas que não querem mais sair na rua ou ir a escola. A gente orienta que os pais conversem muito com seus filhos. Ninguém gosta de ser acusado do que não fez. As escolas estão formando grupos de conscientização. Isso é essencial para que esse tipo de prática não volte a acontecer", declara Aparecida Alves da Silva.

Ela destaca que é preciso orientar os jovens para não utilizar a internet de forma criminosa. Disse que os pais devem se atentar a isso e procurar orientar os filhos para seriedade e gravidade do problema. Além disso observa que o fato representa uma forma de agressão às mulheres, o que é preocupante.

"Tem meninas de 10 anos sendo difamadas. Isso não pode acontecer. Os pais devem conversar e orientar que isso é uma forma de violência contra as mulheres. Cada um deve falar com seus filhos e a escola tem que trabalhar isso também", alerta.


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